Desde março deste ano, meses após o Terminal de Cabiúnas começar a receber gás oriundo do pré-sal, trabalhadores tem denunciado casos de intoxicação. Inicialmente os casos denunciados aconteceram na área de Processamento de Gás 2, parque de tanques C5 e dentro do laborátório. Os trabalhadores terceirizados que trabalham em áreas próximas também apresentaram relatos de intoxicação e o grupo da manutenção próximo à Process 6-2 (área que recebe o gás do pré-sal).
Os sintomas observados são desmaios, mal estar e tontura. E nas últimas semanas três trabalhadores relataram esses problemas.
Segundo o diretor do Sindipetro-NF, Claudio Nunes, a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) tem atuado e o sindicato vem cobrando as avaliações ocupacionais e ambientais, como corrente líquida, para poder verificar o que está acontecendo de fato.
“Na última reunião de Cipa, o NF orientou para a realização de uma reunião extraordinária para que o caso seja registrado em ata e sirva para uma posterior denúncia ao Ministério do Trabalho, caso seja necessário” – afirma Nunes.
Ele conta que na semana passada saiu o resultado das avaliações ambientais que mostram que alguns produtos estão três vezes acima dos níveis “aceitáveis” da tabela FISPQ (Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos), que é um documento normalizado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) conforme norma, ABNT-NBR 14725.
A reunião extraordinária foi agendada para o dia 21 de dezembro, mas a empresa cancelou e adiou para o dia 28 próximo, alegando como motivação a ameaça de greve no NF. Para Cláudio esse adiamento descumpre a norma regulamentadora e demonstra o pouco caso da gestão com a saúde de seus trabalhadores.
” Entendemos que os trabalhadores não podem ficar expostos à uma situação insalubre. A empresa precisa apresentar medidas mitigadoras e tirar os trabalhadores daquela situação de risco, pois não se deve aguardar uma lesão grave ou morte por causa por exemplo, de queda na área operacional por causa de tontura, provocado por intoxicação.” – conclui Nunes.