O protesto de trabalhadores próprios e terceirizados do Terminal Aquaviário da Transpetro de São Francisco do Sul (Tefran), em Santa Catarina, aqueceu corações e mentes das mais de cem pessoas que participaram.
Por volta das 7h desta quinta-feira (12), horário do início da manifestação, a temperatura estava bem abaixo dos dois dígitos, mas o frio passou longe de ser um problema diante das condições de trabalho no Tefran.
A ameaça de privatização do Sistema Petrobrás na Região Sul do país coloca em risco os empregos de todos. A gestão golpista força a precarização de absolutamente tudo para macular a imagem da empresa perante a sociedade, taxando-a de ineficiente e abrindo o caminho para a venda.
Assim como em quase todas as unidades da Petrobrás, o Tefran padece com a redução do efetivo de trabalhadores. Os terceirizados sofrem com o rebaixamento salarial de quase 50%, resultado da drástica redução de investimentos nos contratos de prestação de serviços junto à estatal. Como consequência lógica, isso gera a perda do capital intelectual, uma vez que a diminuição salarial afasta os profissionais mais antigos e capacitados.
Para além dos recursos humanos, a precarização intencional atinge tudo o que antes tinha investimentos da Petrobrás em São Francisco do Sul. O corpo de bombeiros, a espécie de reserva ambiental anexa ao Terminal (Cinturão Verde) e o Clube dos Empregados (CEPE) estão totalmente abandonados. A realidade é que a empresa, antes pujante, agora é ausente na comunidade local.
Apesar do cenário de terra arrasada, o conjunto dos trabalhadores do Tefran acredita que a luta organizada é capaz de reverter a situação. O protesto desta quinta-feira certamente entrou para o ranking das maiores mobilizações já feitas em São Francisco do Sul. Durante duas horas, os trabalhadores próprios e terceirizados e a comunidade local deram um recado bem claro aos gestores: basta de sucateamento!