Trabalhadores terceirizados da Repar aprovam Acordo Coletivo Unificado

Cerca de 20 mil trabalhadores terceirizados da Repar e da Vale Fertil, em Araucária (PR), aprovaram no último dia 08 a proposta conquistada pela CUT/PR, em negociação conjunta com os sindicatos de petroleiros, químicos e trabalhadores das empresas de construção pesada, construção civil e montagem (Sindipetro, Sindiquímica, Sintrapav, Sintracon e Sindimont). Em campanha reivindicatória desde abril, os trabalhadores estavam mobilizados e preparados para uma greve, caso não houvesse avanços no processo de negociação com os consórcios de empreiteiras e demais empresas. 

A proposta conquistada garantiu reajuste salarial de 11% para os enquadrados nos pisos e 10% para a folha de pagamento em geral, o que representa um ganho real estimado de 4,5% e 3,5%, respectivamente.  Os trabalhadores também receberão abono de R$ 380,00 e PLR equivalente a 1,7, 1,4 e 1,2 salário-base, de acordo com a faixa salarial. Outra conquista importante foi o reajuste de 33,33% na cesta-alimentação. 
Como nas campanhas passadas, a comissão de negociação dos trabalhadores – formada pela CUT e representantes dos cinco sindicatos – realizou uma mesa única com as empresas e consolidaram pelo terceiro ano consecutivo o Acordo Coletivo de Trabalho Unificado. O Acordo atende tanto aos trabalhadores que atuam nas obras de ampliação da Repar, quanto os que prestam serviços de rotina de manutenção na Repar e na Vale Fertil. 
Mais uma vez, os trabalhadores comprovam a importância da unidade na organização, na luta e nas conquistas. A divisão só interessa aos patrões.

Proposta de PLR não contempla

FUP quer negociação e indica a realização de setoriais para ouvir os trabalhadores

Após cobranças da FUP, a Petrobrás apresentou no último dia 09 uma proposta para quitação da PLR 2010, que segue os mesmos critérios do ano passado. A empresa propõe piso de R$ 15.500,00 para os trabalhadores posicionados até o nível 457-A da tabela salarial, acrescido de um valor fixo de R$ 2.700,00. Ou seja, a Petrobrás propõe pagar, no mínimo, R$ 18.200,00 de PLR, descontados os valores da antecipação feita em janeiro. Isso representa 7% a mais do que os R$ 17.000,00 conquistados pelos trabalhadores na campanha da PLR 2009. 
Enquanto os valores da PLR 2010 cresceram 12,44% em relação ao exercício de 2009, os dividendos dos acionistas subiram 40,42% no mesmo período.  Além de privilegiar os acionistas, em detrimento dos trabalhadores, o provisionamento foi feito pela Petrobrás, mais uma vez, sem transparência e de forma unilateral, apesar da FUP e de seus sindicatos terem discutido com a empresa critérios e indicadores para a negociação das PLRs futuras, com base na proposta aprovada pela categoria em assembléias. 
Portanto, a FUP está cobrando o início imediato da negociação da PLR 2010, tendo como referência a proposta de PLR futura que já foi discutida com a empresa. A Petrobrás tem plenas condições de avançar na construção de uma proposta que de fato valorize o petroleiro, que, através do seu trabalho tem tornado possíveis os resultados conquistados pela empresa. A FUP também orientou os sindicatos para que realizem setoriais ao longo desta semana, para ouvir a opinião dos trabalhadores sobre a proposta de PLR apresentada pela empresa. 

FUP manifesta apoio à luta dos bombeiros do Rio e repudia truculência de Cabral

A FUP se solidariza com o movimento legítimo dos bombeiros do Rio de Janeiro, que desde abril estão mobilizados por salários dignos e melhores condições de trabalho. Repudiamos a postura do governador Sérgio Cabral, que ordenou a prisão de 439 cabos e soldados, entre eles os líderes do movimento, após uma manifestação no Centro do Rio, que terminou com a ocupação pacífica do quartel central da corporação. Além de negar-se a negociar com os bombeiros, os quais chamou de vândalos, o governador vem mantendo os oficiais presos desde o dia 04. A atitude truculenta de Cabral revoltou a população do Rio de Janeiro, assim como os movimentos sociais e alguns parlamentares, que estão realizando mobilizações diárias contra a criminalização do movimento legítimo dos bombeiros e pela libertação imediata e anistia dos cabos e soldados presos. 
A FUP apóia e se faz presente nesta luta. Assim como os bombeiros do Rio, os petroleiros também foram vítimas de truculência e tentativas de criminalização pelo governo FHC durante a greve de maio de 1995. Da mesma forma que várias categorias e movimentos sociais se solidarizaram com a nossa categoria naquela época, é hora agora dos petroleiros somarem-se ao movimento de apoio aos bombeiros. O Sindipetro Caxias realizou na quinta-feira, 09, uma manifestação de apoio aos oficiais, com participação dos trabalhadores da Reduc. Veja o vídeo:  
http://www.youtube.com/user/SindipetroCaxias?feature=mhum#p/a/u/1/cpQBKcbl9b8

Enquanto a Petrobrás intensifica nacionalização de suas encomendas, Eike Batista opta pela indústria estrangeira

A Petrobrás anunciou esta semana o início das licitações para contratação de mais 21 novas sondas de perfuração marítima, priorizando, também, a construção destas unidades pela indústria nacional.  A empresa já havia iniciado no início do ano a contratação de sete sondas para exploração em águas ultra-profundas. No último dia 03, a Petrobrás realizou o batismo da primeira plataforma totalmente construída no Brasil, a P-56, que recebeu o nome de Luiza Erundina. 
No ano passado, a Transpetro também lançou ao mar três navios produzidos no Brasil. Até então, o último petroleiro construído no país havia sido adquirido pela empresa há 13 anos. Ao participar da solenidade de batismo da P-56, o coordenador da FUP, João Antônio de Moraes, questionou a política de SMS da Petrobrás, ressaltou o papel estratégico da empresa no fortalecimento da indústria nacional e criticou a postura inversa do empresário Eike Batista. Dono de um estaleiro e de uma petrolífera, ele optou por gerar emprego e renda no exterior, ao encomendar em Cingapura as plataformas para explorar os campos de petróleo que adquiriu nos leilões de concessão. 
Após se apropriar de recursos que deveriam ser utilizados pelo Estado em prol do país, Eike Batista deixa claro que não tem compromissos com o povo brasileiro. O que importa para ele são os cifrões que coleciona às custas de privatizações de bens estratégicos, como minérios, gás e petróleo. Mais do que nunca, torna-se imperativo aos movimentos sociais lutar contra a 11º Rodada e construir uma agenda unitária em defesa do PLS 531/2009, que restabelece o monopólio estatal do petróleo e gás, através da Petrobrás 100% pública.

Eleição de Ollanta põe fim a 20 anos de neoliberalismo no Peru

A vitória do socialista Ollanta Humala nas eleições peruanas fortalece e amplia as forças progressistas na América Latina, continente que vive nos últimos anos importantes transformações sociais e políticas. Assim como ocorreu no Brasil, Argentina, Bolívia, Equador, Uruguai e Venezuela, o Peru interrompe um ciclo de governos neoliberais e dá um basta ao projeto das elites de privatizações e desregulamentação de setores estratégicos da economia. Ollanta foi eleito pelos pobres e indígenas, que há 20 anos sofrem as conseqüências de 20 anos de neoliberalismo, período em que a economia do Peru cresceu às custas do enfraquecimento do Estado, controlado pelas multinacionais e elites brancas, que se beneficiaram com as privatizações e expropriações de petróleo, gás e minérios (o país é o maior produtor mundial de cobre e zinco e um dos principais produtores de ouro, prata, chumbo, estanho e telúrio). O resultado é um país com imensas desigualdades sociais, extrema concentração de renda, desemprego, fome e desmantelamento dos serviços públicos.   
A disputa nas urnas foi acirrada e Ollanta teve que resistir às mentiras e armações da mídia conservadora do Peru, que, lá como cá, é defensora dos interesses das elites e apoiou abertamente a filha de Fujimori, o ex-presidente que protagonizou um golpe político nos anos 90 para manter-se no poder e teve na época o apoio do tucano FHC. Fujimori está preso, mas, mesmo assim, orquestrou toda a campanha da filha, com apoio da mídia. A vitória de Ollanta, portanto, é mais um passo fundamental para consolidar a integração da América Latina e o papel cada vez mais estratégico do continente na geopolítica mundial.