Uma carta do NF a quem ainda está pensando em não fazer a greve

Aos companheiros e companheiras da Bacia de Campos

 

Ainda tem alguém aí que não vai fazer a greve? É você?

 

O Ministério Público do trabalho, Juízes do Trabalho, a CNBB e outros movimentos religiosos, centenas de categorias de trabalhadores — algumas delas altamente estratégicas, como rodoviários, metroviários, correios e bancários — e até algumas instituições de ensino particulares estão aderindo ao movimento contra o corte de direitos trabalhistas e previdenciários, que tem como um grande grito este o de amanhã, dia de greve geral no País.

Diante de toda essa crescente adesão, você, justo você, trabalhador ou trabalhadora da categoria petroleira, uma das que aprovou a adesão, não vai ficar de fora, não é mesmo?

E por que justo você?

Porque você faz parte de uma categoria que tem a sua história confundida com a história das lutas populares no Brasil.

Porque a Petrobrás só existe — e, portanto, o seu emprego — em razão de inúmeras lutas, que vão desde a campanha “O petróleo é nosso” até à Greve de 2015, um brado contra a privatização da companhia, passando pela histórica greve de 1995, pelo mesmo motivo.

Porque você faz parte de uma das mais organizadas categorias do Brasil, e se você, que tem essa força, não se mobilizar, estará contribuindo para reduzir a potência da voz de milhões de outros trabalhadores, que eventualmente nem empregos têm, muito menos sindicatos fortes para representá-los.

Porque você aprendeu, na luta e no dia a dia, que ninguém é uma ilha. Que todo o trabalho, em qualquer setor, é resultado de uma ação coletiva, e que, portanto, é coletivamente que o trabalhador deve se compreender como agente político.

E porque você, ainda que não tenha se atentado, e ainda que não queira pensar coletivamente a questão, será diretamente prejudicado pelo conjunto de ataques urdidos contra os direitos trabalhistas e previdenciários (Pode acreditar, vai sim. Vide a abertura para a terceirização da atividade fim, por exemplo).

No futuro, tenha direito de cravar nas suas redes sociais: “#28A, eu fiz”.

Não fique de fora.

O Brasil vai parar.

 

Macaé, 27 de Abril de 2017

Diretoria do Sindipetro-NF