USP quer expulsar sindicato do campus

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A reitoria da USP, subordinada ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), quer expulsar o Sindicato dos Trabalhadores da Universidade (Sintusp) de uma sala que abriga a atividade sindical desde 1968.

O reitor Marco Antonio Zago pediu e conseguiu uma liminar de reintegração de posse, concedida pelo juiz Fausto José Martins Seabra, da 3ª Vara de Fazenda Pública. A desocupação não será imediata, pois haverá audiência de conciliação no próximo dia 26, no Ministério Público do Trabalho.

No entanto, o cerco ao sindicato é literal. Na madrugada desta terça para quarta-feira, operários, sob escolta da polícia, começaram a instalar grades de ferro, presas ao chão, ao redor da sala.

“Hoje nós conseguimos entrar, porque pela manhã as grades não estavam todas instaladas. A questão é se conseguiremos entrar amanhã ou depois”, conta Claudionor Brandão, integrante da direção do Sintusp que tomou posse no dia 2 de janeiro, para um mandato de três anos. O sindicato é filiado à Conlutas.

O Sintusp pede ajuda a todas as entidades sindicais que pressionem a reitoria e o governo do Estado para impedir a expulsão do sindicato de uma sala que é usada há quase 50 anos para a representação dos trabalhadores.

Uma das formas de participar é assinar o manifesto que pode ser encontrado na página do sindicato no Facebook (clique aqui para assinar).

Ano passado, o Sintusp comandou uma greve classificada pelo próprio Brandão como “fraca”, não logrando as reivindicações e ainda provocando corte de ponto de aproximadamente 30% dos trabalhadores e trabalhadoras que aderiram.

O episódio, por outro lado, impulsionou a solidariedade dos professores da USP, que por intermédio de sua associação doaram cestas básicas aos que tiveram descontos salariais.Trecho de entrevista do reitor da USP, em 2014Trecho de entrevista do reitor da USP, em 2014

O reitor Marco Antonio Zago, em entrevista à revista Veja em 2014, defendeu o combate à influência sindical dentro da USP (confira ao lado). “Estamos lutando pela liberdade de ação sindical. Essa guinada à direita que acontece no Brasil é uma ameaça”, completa Brandão.