UTGCAB: Devoluções de cedidos da Transpetro causa reação dos trabalhadores

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no whatsapp

A diretoria do Sindipetro-NF reunida nesta terça-feira, 6, voltou a discutir a situação dos cedidos da Transpetro no UTGCAB. Os trabalhadores estão denunciando à entidade que devoluções de cedidos à Transpetro estão sendo realizadas e já totalizam cinco companheiros desde que a gestão da unidade retornou para a Petrobrás. A mais recente destas devoluções envolve trabalhador que está em regime especial.

 Para a diretoria da entidade que apurou o caso junto a UO-BC, gestora da parte do óleo em Cabiunas, onde trabalha o último trabalhador devolvido, ficou claro que há um projeto de devolução gradual dos cedidos que poderá prejudicar um grande número de trabalhadores. A situação requer um posicionamento claro da empresa sobre o futuro dos aproximadamente 450 cedidos da Transpetro no UTGCAB. Os trabalhadores que são devolvidos não têm posto de trabalho garantido na região e nem garantia de manter o seu regime original. Nesse caso não há qualquer desativação da unidade\atividade que justifique a retirada das pessoas da unidade.

O sindicato e os trabalhadores querem a incorporação dos cedidos da Transpetro à Petrobras, assunto que foi tema de reuniões que se seguiram a greve de 2015.

Na última quarta, 07, o Coordenador Geral do Sindipetro-NF, Marcos Breda, pautou a situação dos cedidos da Transpetro na reunião de acompanhamento de ACT, no Rio, e citou que um dos grandes entraves para tratar a situação dos cedidos no UTGCAB é exatamente o fato que naquela unidade há diversos RH´s envolvidos e estes estão sempre limitados a sua área de atuação. Ficou definido que o RH Coorporativo da Petrobras irá agendar reunião com todos os envolvidos para esclarecer e dar providências ao questionamento do sindicato.

Além disso, a diretoria do sindicato vai marcar um dia de luta pela incorporação dos trabalhadores da Transpetro do UTGCAB, com a realização de um ato no Rio de Janeiro para chamar a atenção dos gestores sobre a situação dos cedidos.

 Entenda o histórico –

O Sindipetro-NF e a FUP construíram a Pauta Brasil no ano de 2015 que culminou com uma greve nacional. O cenário antes do golpe, ainda no governo Dilma, era de implementação de um plano de desinvestimentos que foi divulgado como solução para os problemas da empresa. A FUP combateu frontalmente a ideia da Petrobras deixar de ser uma empresa integrada e a PAUTA BRASIL foi o motivo da greve na qual os petroleiros e petroleiras resistiram a um projeto de desmonte da Petrobras.

 O resultado foi o governo de então utilizar-se de várias estratégias levantadas pelo Grupo de Trabalho, que tinha como membros representantes dos trabalhadores e gestores da empresa. Conseguimos frear o programa de desinvestimentos, sendo que no caso da Gaspetro, mesmo que tenha sido anunciada, a venda foi impedida por uma ação jurídica. O golpe e o governo Temer intensificou os programas de venda de ativos de forma agressiva e com várias unidades já vendidas ou em negociações para a venda.

 Nas bases do Norte Fluminense, a greve se estendeu por mais uma semana, tendo entre os motivos a reivindicação de abrirem um canal de comunicação para tratar da incorporação dos trabalhadores da Transpetro de Cabiunas à Petrobrás e foi realizada, em janeiro de 2016, uma reunião entre os gestores da Petrobrás, Transpetro, SindipetroNF e dois convidados da base. Nesta reunião a Gerente de RH da Transpetro alegou que um parecer do  jurídico da empresa alertava que não era possível adotar a incorporação, fato  contestado pela assessoria jurídica do sindicato, que tem parecer favorável a incorporação

Após esta reunião, Coordenador do Sindipetro-BA, Devid Barcelar, então Conselheiro de Administração da Petrobrás, eleito pelos trabalhadores, conseguiu agendar reunião com o então Diretor da Gas & Energia, Hugo Repsold, que informou que a Petrobrás teria interesse de incorporar os trabalhadores, mas que a Transpetro se mostrou resistente e ofereceu a cessão. O sindicato relatou ao diretor que a assessoria jurídica do sindicato tinha um parecer que dá tranquilidade jurídica a Petrobras para incorporar os trabalhadores. O diretor solicitou uma cópia para responder, o que não aconteceu até hoje, mais de um ano depois.

O sindicato, desde aquela época, vinha alertando nas setoriais com os  trabalhadores da base de Cabiunas que as devoluções iriam acabar ocorrendo de forma gradativa e, de fato, o processo iniciou. Como sempre nenhum dos gestores envolvidos se compromete a escrever isso.