As mulheres presente à V Plenafup – Plenária Nacional da FUP entregaram uma carta ao ex-presidente Lula em solidariedade à presidente Dilma Roussef, que foi atacada duramente com a colocação e distribuição de adesivos preconceituosos para carro, com a imagem da presidente .
Segundo a Coordenadora do Coletivo Nacional de Mulheres Petroleiras da FUP, Anacélie Azevedo, o adesivo é ofensivo a todas as mulheres brasileiras e ainda mais a uma mulher que lutou pela democracia brasileira e entregou sua vida pela nação.
Anacélie afirmou que os adesivos remetem a lembrança de um estupro da presidente e que essa atitude é inaceitável para todas as mulheres. Também lembrou que em 2014, 50 mil mulheres são estupradas por ano no Brasil e que a cada 4 minutos uma mulher é estuprada no país. Em sua análise, esse ódio que está sendo destinado à uma mulher presidente do país , também atinge todas as minorias.
“Cenas como essa, com certeza, acarretam um desgaste emocional na mulher Dilma. Isso não é manifestação de liberdade de expressão, mas sim a manifestação de um machismo inaceitável com a Presidenta, com as brasileiras, com as mulheres. É discriminatório, pois permite o desrespeito e a discriminação entre os seres humanos. Adesivos como esse corrompem o povo!” – descreve a carta.
Leia a íntegra da carta:
CARTA DE REPUDIO AOS ADESIVOS SEXISTAS E APOIO
A PRESIDENTA DILMA ROUSSEFF
As delegadas e delegados presentes a 5a Plenária Nacional da Federação Única dos Petroleiros – PLENAFUP – vem através desta demostrar nossa indignação e repudio diante da agressão sofrida pela Presidenta Dilma Rousseff nesta semana. Nossa indignação se dá ao desrespeito a sua função política e como mulher.
Neste momento, circulam peles redes sociais imagens de montagens feitas com o rosto da presidenta Dilma Rousseff, em que ela aparece de pernas abertas. São colados adesivos com essa imagem na entrada no tanque de gasolina dos carros, que, quando abastecidos, passam a ideia de que a bomba de gasolina está penetrando sexualmente a figura falsa da presidenta.
Segundo os adeptos dessa aberração machista, a intenção é “protestar” contra o aumento da gasolina. Parece que para eles a melhor analogia para um protesto é um estupro, uma violação sexual que ainda é exibida como se fosse algo engraçado. A penetração, nesse caso, é a punição contra a presidenta, que está sendo “castigada” por ter subido os custos do abastecimento!
Cenas como essa, com certeza, acarretam um desgaste emocional na mulher Dilma. Isso não é manifestação de liberdade de expressão, mas sim a manifestação de um machismo inaceitável com a Presidenta, com as brasileiras, com as mulheres. É discriminatório, pois permite o desrespeito e a discriminação entre os seres humanos. Adesivos como esse corrompem o povo!
Essa prática, que jamais deve ser chamada de protesto, evidencia que faltam argumentos políticos e embasados em fatos, análises sérias e dados convincentes para respaldar as críticas contra o governo Dilma. Porque, sim, é possível criticar o governo atual e até mesmo manifestar revolta sem apelar para misoginia e analogias de estupro.
Essa plenária e em especial as mulheres petroleiras aqui presentes prestam todo apoio e solidariedade a Presidenta Dilma e às mulheres brasileiras vítimas de violência, bem como repudia qualquer ato de violência ou incitação desta, cometido contra as mulheres.
Por fim, pedimos o apoio da Presidenta Dilma na defesa da Petrobras e muito duramente, neste momento, do pre-sal brasileiro. O Petróleo pertence ao povo brasileiro e deve servir a soberania e desenvolvimento do pais!
03 de julho de 2015, Guararema, São Paulo
Coletivo Nacional de Mulheres Petroleiras da FUP