Imprensa da CUT – Mulher negra, cabocla, ribeirinha, camponesa e do Amazonia, Carmen Foro, vice-presidente da CUT, é uma das mulheres homenageadas pela ONU Mulheres, dentro da campanha #OTempoÉAgora.
No último sábado (31), Carmen teve sua foto estampada na página do Facebook da ONU Mulheres no Brasil e nesta segunda (02) a homenagem foi espalhada no Instagram e no Twitter da entidade por ser um das principais ativistas pelos direitos das mulheres do campo, das florestas e das águas e pela sua ação determinada pela igualdade de gênero.
A campanha, que teve início em 6 de março é uma das atividades da ONU Mulheres programadas para comemorar o Dia Internacional da Mulher que se estenderá durante o mês de abril. A ideia é expor as principais áreas do ativismo, com destaque para reivindicações feministas e o reconhecimento de brasileiras que têm atuado para o empoderamento das mulheres, fazendo a conexão com a mensagem global da ONU Mulheres: “#OTempoÉAgora – ativistas rurais e urbanas transformam a vida das mulheres”.
“O #TempoÉAgora tem conexão com a urgência de transformações evocada pela Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável ao trazer a urgência de que agora é o momento de fazer mudanças estratégicas, investir e articular transformações políticas estruturais para a inclusão das mulheres e a garantia dos seus direitos humanos”, explica Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres.
Carmen fez um post de agradecimento no mesmo dia, também pelo Facebook, onde ressaltou a luta coletiva.
Carmen, que também é suplente da secretaria de mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), foi secretária da Mulher Trabalhadora na CUT e coordenou a Marcha das Margaridas por duas vezes, em 2007 e 2011. Ela destaca que a Marcha das Margaridas, que começou em 2000 e acontece de quatro e quatro anos, é a maior mobilização da luta coletiva das mulheres do campo, das águas e das florestas e que só nos governos populares tornou-se visível e vitoriosa.
“Conquistamos a obrigatoriedade de titulação conjunta no acesso à terra, Política Nacional de Documentação Civil- nenhuma mulher rural sem documento, o Pronaf Mulher, a Política Nacional de Saúde para a população do campo e da floresta, a Política de enfrentamento à violência contra as mulheres, com a implantação de 54 unidades móveis com serviços de atendimento, Política Nacional de agroecologia, entre outras pautas”, contou Carmen.
Para Carmen a homenagem da ONU Mulheres reconhece a luta e as conquistas das mulheres do campo, das águas e das florestas, mas ao mesmo tempo demonstra os imensos desafios no próximo período, “que não são poucos”, complementa ela.
“Além de reconquistar a democracia, teremos que recompor a visibilidade e o protagonismo das mulheres no desenvolvimento rural sustentável do nosso país”, finaliza a vice-presidenta da CUT.