XVII Confup: Delegações promovem trancaço na Rlam contra privatização da Petrobrás e chamam greve

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Delegações petroleiras de todo o País realizaram na manhã de hoje um grande ato no portão da Refinaria Randulpho Alves, em Salvador, cidade que recebe o XVII Confup (Congresso da Federação Única dos Petroleiros). O evento terá abertura solene às 18h30, com participação de lideranças políticas de partidos progressistas e de movimentos sociais.

“A categoria petroleira mais uma vez abre o seu Confup com um ato de luta numa base da Petrobrás. Porque é importante passar para a categoria, tanto próprios quanto terceiros, o que está acontecendo nesse desmonte da companhia e do estado brasileiro. Fazemos isso para tirar os debates dos salões dos congressos e trazermos para a categoria”, disse o coordenador geral da FUP, José Maria Rangel.

Até às 9h30 todos os acessos à refinaria foram fechados. A categoria protestou contra o desmonte da Petrobrás e do estado brasileiro. Na última sexta, 28, a companhia anunciou a oferta de venda de 74 áreas de produção de petróleo em águas rasas, 14 delas na Bacia de Campos. De acordo com o Sindipetro-NF, apenas nesta região o prejuízo anual para a empresa ultrapassará US$ 1 bilhão se as concessões forem vendidas, com estimativa de perda de 10 mil empregos.

A delegação do NF teve uma presença maciça no ato. O coordenador geral do sindicato, Tezeu Bezerra, afirmou que estas atividades serão cada vez mais constantes para impulsionar a categoria petroleira rumo a uma forte reação contra a entrega do patrimônio dos brasileiros. Ontem, durante participação em audiência pública sobre a situação da companhia, na Assembleia Legislativa da Bahia, Bezerra afirmou que os petroleiros e petroleiras devem realizar uma grande greve neste ano.

“O petroleiro é referência em todo o lugar que ele está. Temos que usar isso para levar para a sociedade o que está acontecendo. Nós produzíamos 1,5 milhão de barris de petróleo por dia há 14 anos, hoje estamos em 3 milhões, e isso foi obra nossa, foi trabalho nosso. Em 2015 nós fizemos uma greve histórica, mas foi um ensaio. Paramos no início do movimento 500 mil barris, mas neste ano nós vamos ter que fazer uma bem maior”, disse Bezerra.

O coordenador do Sindipetro-BA, Deyvid Bacelar, encerrou o ato também com um chamado à realização de uma grande greve, destacando que o movimento da categoria petroleira deve ser o início de uma greve geral no País. Ele também lembrou o simbolismo da realização do Confup na Bahia.

“É simbólico fazermos esse Confup aqui, onde, em 1938 foi perfurado o primeiro poço de petróleo do País, em Lobato, e onde ainda está em operação o primeiro poço comercial, em Candeias. Foi aqui que, em 1950, entrou em operação a primeira refinaria e, em 1954, foi fundado o primeiro sindicato petroleiro do Brasil”, disse Bacelar.

No final do protesto, todas as delegações, ao som do hino nacional, realizaram uma marcha entre o local do ato e a entrada da empresa, para acompanhar o ingresso dos petroleiros e petroleiras no turno de trabalho.