XVII Confup: GEEP descontroi mitos em relação à Petrobrás

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Garantir a segurança energética e a Petrobrás como base do desenvolvimento do país são algumas das diretrizes para reconstrução da soberania nacional de acordo com o professor de economia da UFRJ e membro do GEEP- Grupo de Estudos Estratégicos e Propostas para o Setor de Óleo e Gás, Eduardo Pinto.

Eduardo falou sobre os avanços no setor de óleo e gás conquistados durante os Governos de Lula e Dilma quando a Petrobras se transformou na mola mestra do desenvolvimento nacional com expansão de emprego e renda, investimentos, tecnologia e a descoberta do pré sal. Segundo dados da empresa apresentados por ele os custos de extração do pré sal estão declinantes chegando a US$8,00  em abril desse ano.

“De 2007 a 2013 toda formação do capital do país se baseava na indústria do petróleo, sendo que 7,8% vinham da Petrobrás e se incluísse toda cadeia do petróleo isso chegava a 20%” – afirma.

Em sua análise, a visão estratégica da nova gestão da Petrobras construiu alguns mitos ligados à corrupção, a necessidade de uma empresa enxuta e o fato de que a empresa e a alta dívida.

Em entrevista ao Correio Braziliense no dia 4 de dezembro de 2016, Pedro Parente afirmou que  “A corrupção destruiu a Petrobras”. Eduardo contesta essa afirmação. Ele explica que as perdas com corrupção representam pouco em relação à dívida e os gastos. “Apenas 8% das despesas da Petrobras estavam ligadas à corrupção em 2014. Parente diz que a corrupção destruiu a Petrobras, mas isso é mito e serviu de pilar para alterar a direção da empresa” – explica.

Eduardo demonstrou que o instrumento contábil chamado de impairments tem sido os maiores responsáveis pelas despesas da empresa.

Também desconstruiu o segundo mito de que a corrupção teria gerado uma crise financeira estrutural, mostrando que a Petrobras tinha uma meta da elação dívida/EBITDA em 2015 de 5,3 que o próprio Parente decidiu que em 2018 essa meta seria de 2,5, aumentando a dívida da empresa, impondo a venda de ativos.

O outro mito de que seria um problema ter uma empresa integrada do poço ao poste é explicado por Eduardo mostrando que o mercado internacional está indo na contramão disso, e grande parte das empresas estão atuando de forma integrada.

Ao final apresentou em resumo a visão dos trabalhadores sobre a estratégia atual da Petrobras de que as dificuldades financeiras não têm relação com a corrupção; a meta dívida/EBITDA é extremamente rígida e coloca como única alternativa a venda de ativos e de que a fragmentação da Petrobras gera ineficiências setoriais e redução do seu papel econômico e social.

[Foto:Diego Villamarin]