2021 começa com perspectivas desanimadoras para retomada da economia nacional

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Do Blog da Rosângela Buzanelli – Decisão da Petrobrás de transferir construção de plataformas para a Ásia e fechamento das fábricas da Ford e de agências do Banco do Brasil aprofundam crise do desemprego no país.

O ano mal começou e gente já se depara com uma enxurrada de notícias pesadas e desanimadoras em relação aos rumos da economia nacional.

É a Ford anunciando que vai fechar suas três fábricas no Brasil, com a demissão de 5 mil trabalhadores diretos (se a gente levar em conta a cadeia produtiva, verá que o contingente de desempregados será 10 vezes maior).

É o governo informando que vai desativar centenas de agências e postos de atendimento do Banco do Brasil. Soma-se à lista atual de 14 milhões de desempregados no país mais 5 mil dispensas, por meio do Programa de Demissão Voluntária, o terceiro do BB em seis anos.

O cenário fica ainda mais desolador, quando a Petrobrás anuncia que não vai mais construir as plataformas P78 e P79 em território nacional. Essa obra iria criar cerca de 80 mil empregos aqui, no Brasil. Agora, essas vagas vão ficar para os asiáticos, já que as plataformas serão construídas em Singapura.

A questão é que os estaleiros nacionais, assim como tem acontecido com as refinarias, enfrentam uma forte política de desmonte. A indústria naval já viveu tempos áureos. A partir da descoberta do pré-sal, em 2007, o governo incentivou a política de conteúdo local e conseguiu, dessa forma, fortalecer e impulsionar a indústria brasileira de gás e petróleo, gerando milhares de empregos no país. Em 2014, por exemplo, o segmento naval fluminense empregava cerca de 30 mil trabalhadores diretos. Atualmente, esse número foi reduzido para menos de um terço.

A falta de investimentos enfraqueceu a indústria naval brasileira, tornando desleal e, praticamente impossível, competir com os estaleiros da Ásia.

A Petrobrás, que sempre foi uma propulsora de empregos no país, desde que adotou a política de desinvestimento, em 2017, tem deixado de lado a política de conteúdo local e esquecido do compromisso que sempre teve com o desenvolvimento nacional.