27 anos da greve dos Petroleiros de 1995: Uma das maiores lutas da categoria contra a privatização

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Hoje, 03 de maio, em meio a um desgoverno, que trabalha pelo retrocesso do país e contra os direitos dos trabalhadores,  trazemos a lembrança da a greve histórica dos petroleiros, que iniciou nesta mesma data, em 1995 e, se transformou no mais longo movimento paredista da categoria.

Na época, os petroleiros unidos com outras categorias iniciaram uma greve por melhores salários, contra as reformas constitucionais e contra o programa de privatização do governo de FHC, que enviou ao Congresso um projeto de emenda constitucional que visava acabar com o monopólio da Petrobrás sobre a exploração e produção de petróleo.

O movimento unificado, no entanto, foi perdendo força e os petroleiros acabaram sustentando a greve sozinhos por 32 dias. Mais de 90% da categoria cruzaram os braços nas refinarias, nas plataformas, nos terminais de distribuição e nas unidades administrativas da Petrobrás. Os trabalhadores se revezavam para garantir o abastecimento básico da população e preservar os equipamentos.

A pesar da legitimidade das reivindicações da categoria, que exigia o cumprimento de acordos pactuados em 1994, o Tribunal Superior do Trabalho julgou a greve abusiva em seu sétimo dia. Mas, os petroleiros não se intimidaram, nem mesmo quando a direção da Petrobrás anunciou em 11 de maio a primeira lista de demitidos.

Mesmo com o fim da greve, os sindicatos e a FUP tiveram suas contas bloqueadas, o repasse das mensalidades dos associados retido e os bens penhorados. Cada um dos 20 sindicatos que participaram do movimento recebeu multas de R$ 2,1milhões. Ao todo, 73 trabalhadores foram demitidos, entre eles vários dirigentes sindicais. Mais de mil petroleiros foram punidos, a maioria com suspensões de até 29 dias. Para manter-se na luta, alguns sindicatos foram obrigados a atuar quase que em clandestinidade. Tamanha repressão sofrida pelos trabalhadores e pela organização sindical só havia ocorrido no Brasil durante a ditadura militar.

Somente em 2003, após as mudanças políticas que aconteceram em função da eleição do presidente Lula, é que as demissões e punições começaram a ser revistas pela Petrobrás.

Agora, a luta recomeçou. Não só a categoria petroleira, mas todos os brasileiros precisam brigar para que o Petróleo e a Petrobrás continuem sendo nossos!