Apuração do Custo da Cesta Básica em Macaé completou um ano

No segundo semestre de 2012, Macaé passou a fazer parte da pesquisa de custo da Cesta Básica Nacional, sendo o único município do interior do país a ter um levantamento contínuo de preços por meio da subseção do DIEESE do Sindipetro-NF. A primeira divulgação da pesquisa foi feita em setembro, apresentando as informações daquele mês e de agosto de 2012. Desde então, a pesquisa tem sido realizada mensalmente e seus resultados tem sido divulgados pelo DIEESE e pelo Sindipetro-NF.

 

A divulgação é feita a partir de um release, elaborado toda primeira quinzena de cada mês pela subseção do DIEESE no Sindipetro-NF, em conjunto com o escritório regional do DIEESE no estado do Rio de Janeiro, apresentando o gasto mensal de cada um dos produtos pesquisados, bem como o valor total da Cesta Básica de Macaé. Esse release tem sido encaminhado todo mês para a imprensa local e disponibilizado no site do Sindipetro-NF.

 

 

 

 

Produtos Pesquisados

Mensalmente, são contabilizados os preços médios de treze produtos de alimentação (arroz, feijão, café, óleo, açúcar, leite, batata, tomate, banana, pão, carne, farinha de trigo e manteiga) e o gasto de um trabalhador para adquiri-los, bem como as horas de trabalho necessárias ao indivíduo que ganha um salário mínimo para a obtenção destes bens.

 

 

 

 

Gasto mensal dos produtos da cesta básica de Macaé (agosto de 2012 – agosto de 2013)

 

O tomate foi o produto responsável pela redução do valor da cesta básica de Macaé nos últimos 12 meses em 4,53%. Apesar disso, entre os treze produtos pesquisador onze tiveram um aumento do seu custo em agosto de 2013 se comparados ao preço do mesmo mês do ano passado

 

 

Produtos

Quantidades

Preço médio

 

Variação (%)

08/12

12/12

08/13

 

No ano

12 meses

Carne

6 kg

79,02

82,98

85,56

 

3,11

8,28

Leite

7,5 l

17,78

19,05

21,45

 

12,60

20,68

Feijão

4,5 kg

15,71

16,38

17,33

 

5,77

10,32

Arroz

3 kg

6,75

8,43

8,79

 

4,27

30,22

Farinha

1,5 kg

3,17

3,48

3,63

 

4,31

14,69

Batata

6 kg

11,28

12,36

13,50

 

9,22

19,68

Tomate

9 kg

51,03

22,32

19,80

 

-11,29

-61,20

Pão

6 kg

35,04

36,18

36,24

 

0,17

3,42

Café

600 g

8,27

9,20

9,02

 

-1,96

9,07

Banana

7,5 dz

16,28

15,60

16,20

 

3,85

-0,46

Açúcar

3 kg

7,62

7,74

7,89

 

1,94

3,54

Óleo

900 ml

3,66

3,94

3,68

 

-6,60

0,55

Manteiga

750 g

14,16

15,22

14,45

 

-5,08

2,01

Total

 

 

269,77

252,88

257,54

 

1,84

-4,53

                 

 

 

 

 

 

 

A Cesta Básica Nacional

 

Desde 1959, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) acompanha mensalmente o custo da Cesta Básica Nacional primeiramente em São Paulo e, posteriormente, nas demais 18 capitais onde os Escritórios Regionais do Departamento foram instalados. Assim como em Macaé, as demais capitais pesquisadas têm seus dados divulgados por intermédio de um release publicado mensalmente pelo Escritório Nacional do DIEESE localizado em São Paulo. Esses dados e demais informações sobre a evolução dos preços da cesta básica em todo país está disponível no site do DIEESE (www.dieese.org.br)

 

Histórico da relação entre o Dieese e o Sindipetro-NF

 

Subseção do DIEESE no Norte Fluminense foi instalada em 2006

 

Desde 1955, o DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – desempenhou o papel para o qual foi criado pelo Movimento Sindical Brasileiro: desenvolver atividades de pesquisa, assessoria, educação e comunicação nos temas relacionados ao mundo do trabalho e que se ajustam aos desafios que a realidade coloca para a organização dos trabalhadores brasileiros.

 

A relação entre o DIEESE e o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) se estreitou, em agosto de 2006, quando a Direção Colegiada do Sindipetro-NF decidiu realizar uma ação inovadora e inaugurar uma subseção do DIEESE dentro do sindicato. O objetivo da subseção seria conhecer a realidade do mundo do trabalho de Macaé por meio da produção de informações estatísticas e pesquisas diversas sobre a região do Norte Fluminense. Esses trabalhos permitiriam aos dirigentes do Sindipetro-NF, além de acumularem informações importantes para a condução das negociações coletivas, compreenderem melhor a realidade econômica e social do Norte Fluminense.

 

Desde então a subseção do DIEESE no Sindipetro-NF passou a ter como um das suas prioridades a realização de estudos e pesquisas a respeito das transformações econômicas e sociais na região do Norte Fluminense. Ao longo desse período, alguns projetos foram apresentados a fim de atender de modo mais regular essa demanda até que, em 2012, ocorreu a implementação da pesquisa mensal da Cesta Básica de Macaé. 

 

De acordo com diretor regional do DIEESE do Rio de Janeiro, Francisco Celio Tojeiro, o projeto da Cesta Básica permitiu ao Sindipetro-NF atingir um objetivo fundamental nas suas ações locais: “comprender o comportamento do custo de vida do trabalhador, bem como os ganhos reais necessários para aquisição dos itens de alimentação”. Esse projeto, na visão do próprio Sindipetro-NF, foi apenas um primeiro passo no sentido de compreender a realidade econômica e social de Macaé.

 

Segundo o coordenador do Sindipetro-NF e responsável pela subseção, José Maria Rangel, “o Sindipetro-NF sempre se caracterizou por ser uma instituição inovadora e ousada. Nesse sentido, a implementação da Cesta Básica foi um primeiro trabalho que faz parte de um objetivo mais amplo: a compreensão dos fatores responsáveis pelo aumento dos níveis de preço em Macaé por intermédio de uma pesquisa de índice de custo de vida (ICV) do DIEESE”. 

 

Nesse primeiro ano de pesquisa, a Cesta Básica revelou para toda sociedade macaense e do Norte Fluminense o comportamento dos preços e dos gastos de treze produtos considerados essenciais para a subsistência da população. Mais do que as informações e dados obtidos, a pesquisa permitiu ao Sindipetro-NF se envolver num debate que é não apenas interesse da categoria petroleira, mas de toda sociedade local.