SMS: Empresa Modec repudia crítica do NF às empresas. Sindicato mantém opinião

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O Sindipetro-NF recebeu, da empresa Modec, pedido de resposta a matéria publicada no site da entidade sobre a interdição parcial do FPSO Campos dos Goytacazes, em 4 de julho. A interdição, feita por Auditores Fiscais do Trabalho, ocorreu em razão do descumprimento de Normas Regulamentadoras de Segurança e demora na execução de manutenções apontadas como críticas em relatórios. A empresa afirmou repudiar a afirmação de que “as vidas humanas são consideradas baratas para as empresas”, contida na matéria.

Segue a nota enviada ao sindicato pela Modec. Abaixo, a resposta do Sindipetro-NF.

 

Nota da Modec

“Em razão de matéria veiculada neste canal, em 05 de julho, sobre interdição parcial da FPSO Campos dos Goytacazes, a MODEC solicitou direito de resposta utilizando os mesmos veículos do SindiPetro.

A MODEC repudia veementemente a afirmação equivocada de que ‘as vidas humanas são consideradas baratas para as empresas’. Isto não apenas denigre a imagem da MODEC, mas de todas as empresas do setor de óleo e gás, que atuam com responsabilidade e mantém os melhores níveis de segurança para suas equipes. A segurança das pessoas é prioridade para a MODEC e o pilar mais fundamental de nosso negócio – no Brasil e no mundo. A MODEC jamais negligenciaria seu inflexível compromisso com a segurança, por quaisquer razões. Prova disto é a suspensão integral da interdição parcial em apenas 3 dias, tendo sido prontamente sanadas e/ou esclarecidas todas as questões antes levantadas pela respeitável Superintendência Regional do Trabalho – RJ, órgão que exerce fundamental papel na garantia dos mais altos padrões de segurança do trabalho e que reconheceu os esforços da MODEC e a ausência de riscos aos trabalhadores.

O FPSO Campos dos Goytacazes tem 840.848 horas trabalhadas desde o início de suas operações, em 22 de junho de 2018. Desde então, foram 385 dias de operação sem qualquer acidente com afastamento (LTI). Somente em segurança, foram investidas mais de 800 horas de treinamentos realizados por suas equipes. Além disso, a MODEC faz contínuos investimentos seja na melhoria de processos, aquisição de equipamentos, e também em tecnologia de segurança. O FPSO Campos dos Goytacazes, por exemplo, foi escolhido para ser a primeira unidade da MODEC a receber o sistema de PTW eletrônica, que visa facilitar o gerenciamento das atividades offshore, trazendo ainda mais segurança para os trabalhadores abordo. Nosso maior ativo são os nossos profissionais.”

 

Nota do Sindipetro-NF

O Sindipetro-NF publica democraticamente a versão da Modec sobre os acontecimentos, mas ratifica a sua posição sobre o histórico desprezo das empresas pelas vidas dos trabalhadores, sendo essa opinião um direito assegurado a uma entidade que representa o lado das vítimas na trágica realidade brasileira dos acidentes de trabalho.

De acordo com o Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, criado pelo Ministério Público do Trabalho em parceria com a Organização Internacional do Trabalho, cerca de 2.700 vítimas de acidentes de trabalho morrem anualmente no país. Em matéria recente em que criticou justamente o ataque do governo às Normas Regulamentadoras, a Federação Única dos Petroleiros mostrou que, somente envolvendo máquinas e equipamentos, ocorreram 528.473 acidentes nos últimos cinco anos, dos quais 2.058 resultaram em mortes e outros 25.790, em amputações.

O sindicato, portanto, reafirma o seu alerta e mantém o seu canal de denúncias aberto aos trabalhadores e trabalhadoras, para que enviem relatos sobre problemas com a segurança, a ambiência e os assédios ([email protected]).