Mais uma vez, os petroleiros choram a morte de colegas mortos em acidentes de trabalho na Petrobrás. Tragédias anunciadas que poderiam ter sido evitadas, se a empresa ouvisse as representações sindicais, que há anos denunciam a insegurança crônica que coloca em risco diário os trabalhadores, principalmente os terceirizados. A FUP convoca novamente a categoria a se manifestar contra os acidentes que matam e mutilam os petroleiros. Nesta quinta-feira, 25, os sindicatos realizam paralisações e mobilizações em memória dos companheiros mortos e por mudanças no modelo e na gestão de SMS. Nas plataformas, campos de produção terrestre, refinarias, terminais, usinas de biodiesel, termoelétricas e unidades administrativas, trabalhadores próprios e terceirizados exigirão condições seguras de trabalho e respeito à vida.
No último dia 19, Ricardo Leal de Oliveira, João Carlos Pereira da Silva, Rommel Oliveira Garcia e Lauro Pinto Haytzann morreram na queda de um helicóptero na Bacia de Campos, apesar das inúmeras denúncias e alertas feitos pela FUP e Sindipetro-NF sobre as precárias condições de segurança nos embarques e desembarques de trabalhadores para as plataformas. No mesmo dia deste acidente, um outro trabalhador perdeu a vida a serviço da Petrobrás. O operador de máquinas Márcio José da Silva do Vale, 23 anos, contratado pela CM Construções, foi esmagado por uma motoniveladora, no campo de produção terrestre de Estreito, no Rio Grande do Norte.
Somente em agosto, foram oito mortes por acidentes de trabalho na Petrobrás. Uma delas na refinaria de Bahía Blanca, na Argentina. Desde o início do ano, já chega a 11 o número de vítimas de acidentes fatais na empresa. Todos os trabalhadores eram prestadores de serviço. Um número alarmante que reflete a insegurança crônica no Sistema Petrobrás, fruto da ineficiência e arrogância de uma gestão de SMS que se preocupa muito mais com a produção e os lucros do que em zelar pela vida e saúde dos trabalhadores.
A FUP e seus sindicatos vêm denunciando há anos esta situação, cobrando um debate aberto com as representações dos trabalhadores, cujas propostas de mudanças na política de segurança têm sido rotineiramente desprezadas pelos gestores da empresa. Em conseqüência disso, 300 petroleiros perderam a vida nos últimos 16 anos, sendo que 243 deles eram prestadores de serviço. Ou seja, mais de 80% das vítimas de acidentes na Petrobrás são trabalhadores terceirizados! Só com mobilização constante, unidade e organização, os petroleiros poderão alterar essa realidade e garantir um ambiente seguro de trabalho para todos.
Editorial
Divisionistas de braços dados com as gerências!
Enquanto a FUP e seus sindicatos intensificavam a luta contra o surbônus e por uma PLR mais igualitária e democrática, os divisionistas faziam o jogo das gerências da Petrobrás. Sem luta e mudos em relação ao bônus, eles enterraram a campanha da PLR, tentando, mais uma vez, iludir a categoria, na espera de uma nova proposta que pudesse vir a ser conquistada pela FUP. Ainda em julho, no mesmo dia em que os petroleiros se mobilizavam em vigílias pelo país afora, o Sindipetro São José dos Campos assinava o acordo de PLR, enfraquecendo a luta da categoria. Mesmo assim, os petroleiros seguiram em frente no embate com os gestores da Petrobrás, resistindo e pressionando com mobilizações e atos políticos na Reman e no Rio de Janeiro.
Sem politizar o debate com a categoria para não contrariar seus aliados gerentes, os divisionistas ainda tiveram a cara de pau de indicar greve de 48 horas, banalizando um dos principais instrumentos de luta da classe trabalhadora. Sem luta e sem moral, realizaram assembléias corridas e foram os primeiros a assinar o acordo, deixando claro que não tinham qualquer compromisso em construir a pseudo greve. Fingiam que lutavam para entregar de bandeja aos gerentes a campanha de PLR.
E, ainda assim, os divisionistas continuam alegando que a FUP é governista e chapa branca, quando todo mundo sabe que foram eles que fugiram da luta para preservar seus aliados defensores do bônus. Só que desta vez, não têm mais a velha desculpa de que foram atropelados pelos indicativos da FUP. A categoria sabe muito bem a quem servem os dissidentes e está reagindo contra a divisão da classe trabalhadora. Os petroleiros do Rio Grande do Sul, do Maranhão e do Rio de Janeiro já apontaram o caminho, aprovando a volta à FUP. Até mesmo os petroleiros da Petrobrás Bolívia buscaram a filiação à FUP, pois conhecem a nossa história e sabem a importância da unidade em torno de uma entidade de luta e respeito. A disputa escancarada dos gerentes pelos bônus derrubou de vez a máscara dos divisionistas e reafirmou a importância da reconstrução da unidade nacional dos petroleiros em torno da FUP.
Petroleiros e movimentos sociais de volta às ruas contra a 11ª Rodada
Nesta quarta-feira, 24, a FUP e seus sindicatos voltam às ruas junto com as centrais sindicais e os movimentos sociais para impedir a continuidade dos leilões de concessão de petróleo e gás. A mobilização será realizada em Brasília, para pressionar o governo a não realizar a 11ª Rodada de Licitação, que está sendo cobrada pela ANP e pelo CNPE, mas que depende de decisão da presidenta Dilma Rousseff. Atendendo à convocatória da FUP, os sindicatos estão organizando caravanas para o ato unificado, que pretende levar centenas de militantes à Esplanada dos Ministérios.
A manifestação faz parte da Jornada Nacional de Luta por Reforma Agrária, organizada pela Via Campesina, cujas principais atividades estão sendo realizadas em Brasília, nesta semana. Além dos movimentos que integram a Via Campesina, como MST e MAB, o ato unificado do dia 24 contará com a participação da CUT, Assembléia Popular, Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), entre outras entidades populares e centrais sindicais.
Audiência pública – após a manifestação, a FUP, os sindicatos e os movimentos sociais participam de uma audiência pública na Câmara dos Deputados Federais para cobrar do governo um basta aos leilões de concessão dos campos petrolíferos e a destinação social da renda gerada por este importante recurso energético. A audiência será realizada às 18 horas, no Plenário 02 do Anexo II.
Maioria das bases aprova proposta de PLR
Os sindicatos concluíram as assembléias de PLR na maioria das bases da FUP. No Rio Grande do Norte, Ceará, Amazonas, Pernambuco/Paraíba, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, os petroleiros aprovaram a proposta de quitação apresentada pela Petrobrás. Em Duque de Caxias e no Rio Grande do Sul, os trabalhadores também estão aprovando a proposta. No Norte Fluminense e nas bases do Sindipetro-PR/SC, as assembléias prosseguem até quinta-feira. No Unificado-SP, os trabalhadores concluem a votação na sexta-feira.
A FUP e seus sindicatos continuarão lutando contra o bônus e qualquer tipo de privilégio no Sistema Petrobrás. Foi a resistência da categoria que fez a direção da empresa suspender em 2003 os bônus que eram pagos na surdina aos “amigos do rei”. Uma prática vergonhosa que as gerências neoliberais de tudo fazem para reeditar, principalmente para se fortalecerem na relação capital x trabalho. Esta, portanto, é uma disputa eminentemente ideológica, onde FUP e seus sindicatos já se posicionaram e continuarão resistindo aos ataques dos gestores da Petrobrás. A unidade, a organização e o potencial de luta da nossa categoria serão fundamentais nesse embate. A campanha reivindicatória é o nosso próximo round.
Eleição na Petros: vote 22 e 32
Entre os dias 16 e 29 de setembro, os participantes e assistidos da Petros irão eleger os próximos conselheiros que irão representá-los na gestão da Fundação. Para o Conselho Deliberativo, a FUP e seus sindicatos apóiam a chapa 22, formada pelos companheiros Paulo César e Danilo Silva, que disputam as vagas de titular e suplente. No Conselho Fiscal, a FUP e seus sindicatos apóiam a chapa 32, dos companheiros Daniel Samarate e Jorge Silva, titular e suplente. Os quatro candidatos apoiados pela FUP e sindicatos foram referendados no XV Confup, que aprovou por unanimidade as candidaturas.
A eleição será para duas vagas no Conselho Deliberativo da Petros e uma vaga no Conselho Fiscal. É fundamental que os trabalhadores ativos, aposentados e pensionistas votem em candidatos comprometidos com os interesses dos participantes e assistidos. Participe da campanha, conheça as principais propostas, bem como o currículo dos candidatos apoiados pelas nossas representações sindicais, acessando o blog:
http://www.votepetros22e32.com.br/