Mês da Consciência Negra no Sindipetro-NF terá festival de artes “Universo Carukango” e mostra cinematográfica

Programação gratuita começa nesta terça-feira (19), no Sindipetro, às 19h30

 

O Sindipetro-NF abre as portas de sua sede em Macaé para dar espaço a diversas atividades que fazem parte do mês da Consciência Negra. A programação que terá início no dia 19 com a abertura do Festival de Artes ‘Universo Carukango’ e segue até o dia 25, quando haverá exibição de dois médias metragens.

A diretora do Sindipetro-NF, Barbará Bezerra fala da importância do Sindipetro-NF sediar esses eventos.  “É muito importante conseguir dialogar e trazer informações de consciência, de resistência através da cultura. Vamos fazer várias facetas, várias formas de comunicação de cultura. Teremos filmes, teremos artes plásticas, teremos oficinas, teremos teatro com peças premiadas. Então, um fechamento com roda de samba e feijoada também, porque cultura, arte, prazer, lazer, devem estar em comunicação” – explica Bárbara.

Universo CaruKango

A saga de Antônio Moçambique se tornou inspiração para o festival que celebra a cultura Afro-brasileira. Artes visuais, literatura, música, teatro, gastronomia, palestras e oficinas estão na programação gratuita que relembra o legado do maior símbolo de resistência contra escravidão em terras fluminenses: Carukango. O festival, que o homenageia, começa no espaço do Sindipetro-NF, parceiro das atividades, em Macaé, nesta terça-feira (19), às 19h30. Os ingressos serão disponibilizados no local e no dia do evento.

 

Ao todo serão quatro dias de evento. “Ter esse movimento de artes integradas com 100% da temática afro centrada e com a equipe majoritariamente negra, surge de um desejo de criar uma plataforma para que narrativas decoloniais sejam retratadas com protagonismo e para que o público alvo deste projeto sinta-se representado”, ressalta o idealizador e produtor Marcelo Fonseca.

Bárbara comenta ser de suma importância trazer a ancestralidade para o nosso dia a dia, para a nossa cultura e o respeito também às religiões de matrizes africanas. “A exposição das Yabás, traz a religiosidade e mostra a importância da ancestralidade, inclusive, com alimentação do nosso dia a dia, e que a história do Brasil não seria essa história se não fossem as pessoas negras e suas contribuições. Nós temos que fazer, de fato, um combate e temos que ser anti-racistas, e precisamos valorizar mais essa cultura que está no nosso dia a dia de forma mais respeitosa e mais igualitária” – reflete a diretora sindical, Bárbara.

Carukango

Carukango foi uma figura emblemática na história do país e no interior do estado do Rio de Janeiro. Fundador de um quilombo no século XIX, ele cravou o nome nas cidades da região Norte Fluminense, sobretudo, na Princesinha do Atlântico, se rebelando contra as mazelas da escravidão.

Foi em Macaé, que Carukango estabeleceu o próprio quilombo, mais precisamente, nas montanhas da Serra do Deitado, na região serrana, compreendendo também o município de Conceição de Macabu. Nele, ele travou grandes batalhas em prol da comunidade. Relembrar toda essa luta é valorizar o protagonismo negro de quem veio antes.

 

Para o produtor, eventos como esse fortalecem a representatividade. “Que pessoas como nós, se orgulhem do nosso povo e contém as próprias histórias. Como diz um provérbio africano, ‘enquanto os leões não contarem suas histórias, os contos sempre glorificarão seus caçadores´. E o festival vai nessa contramão. Queremos glorificar aquilo que é afro-brasileiro”, explica.

 

O idealizador acredita que o festival favorece uma memória macaense decolonizada. “Carukango é uma figura ainda pouco falada na própria cidade, mas que cooperou diretamente para pressionar o abolicionismo em Macaé e, consequentemente, no país, passando de temido líder quilombola a herói da resistência contra a escravidão. Queremos que cada vez mais pessoas possam conhecer a sua história e que o público perceba os vestígios coloniais que ainda estão no nosso cotidiano e instrumentalizar a partir de debates e oficinas, as formas de combater esse racismo estrutural”, concluiu.

Mostra de Filmes

No dia 25 de novembro, a partir das 18h30, a sede do Sindipetro-NF em Macaé receberá uma mostra especial de médias-metragens aberta ao público. O evento promete uma noite de cultura e reflexão, contará com a exibição do do filme “ESCUTA ATIVA”, produzido pela Inspira Projetos Artísticos, às 18h30, e o documentário “O rap é compromisso, não é viagem” produzido pela Moreno Produções, às 20h. A entrada é gratuita, mas exige inscrição prévia para organização e controle do espaço.

Seguem os links de inscrição para os filmes

Escuta ativa – https://bit.ly/3CwcqM3

O rap é compromisso, não é viagem – https://bit.ly/3YNLgI2

 

PROGRAMAÇÃO:

 

Data: 19/11

Local: Sindipetro

18h30: Abertura da exposição: Pelos caminhos de Yabá (artes visuais)

19h30: Menina Mojubá (teatro)

 

Data: 21/11 (Online)

14h30 – 16h30: Oficina de Etnomatemática das Tranças Africanas – Profª Dra. Luane Bento

 

Data: 21/11
Local: Sindipetro-NF

19h30: Raízes de Aruanda – Roda de Capoeira Contemporânea

20h30: Eu Negra – Cláudia Byspo (Macaé) (teatro)

21h30: Carukango – Nec Teatro

 

Data: 22/11
Local: Sindipetro-NF

Horário: a partir das 19h

Arqueologias do Futuro – RJ (teatro)

Andrea Martins – Macaé (show musical)

Feijoada (gastronomia) – Santo Alho (Hugo Dias)

 

Data: 25/11
Exibição de Filmes no Sindipetro-NF 

18h30 – Escuta ativa 

20h – O rap é compromisso, não é viagem