Petrobrás adia reunião sobre teletrabalho após ato no Edisen e FUP repudia desrespeito à liberdade de organização dos trabalhadores

A gestão da Petrobrás deveria respeitar a interlocução e a negociação coletiva e não aumentar ainda mais o impasse que criou ao alterar de forma unilateral a escala do teletrabalho

[Da comunicação da FUP]

Em mais uma atitude de desrespeito aos sindicatos, a direção da Petrobrás adiou a reunião sobre teletrabalho que estava agendada para as 11 horas desta quinta-feira,30, na atual sede da empresa, no Edisen, no Rio de Janeiro.

 

A empresa alega que o ato que mobilizou os trabalhadores do lado de fora do prédio teria causado transtornos ao trânsito e culpa os sindicatos por isso, o que só reforça a intransigência da gestão em abrir um canal de negociação para regrar o teletrabalho, como cobra há anos a categoria.

 

A FUP repudia a atitude da empresa, que deveria respeitar a interlocução e a negociação coletiva e não aumentar ainda mais o impasse que a gestão criou ao alterar de forma unilateral a escala do teletrabalho. Além disso, o documento enviado à FUP, cancelando a reunião de hoje, está na contramão do respeito ao livre direito de organização dos trabalhadores. Veja a seguir:

 

Carta_RH-RS_024-2025_-_FUP_-_Reuniao_Teletrabalho_30_01_2025._Adiamento.docx

O ato desta quinta no Edisen foi aprovado em assembleia pelos trabalhadores e, portanto, trata-se de uma decisão coletiva que foi amplamente divulgada e, portanto, deveria ser respeitada pela empresa e pelos empregados que tentaram entrar no prédio antes das 10 horas, quando terminou a manifestação. Por conta disso, houve filas no estacionamento, mas nada que causasse os “transtornos indiretos a entidades de extrema relevância, como o Corpo de Bombeiros e o Instituto Nacional do Câncer”, como foi alegado pela Petrobrás no documento enviado à FUP.

 

“As pessoas sabiam que teria um ato coletivo e o resultado da assembleia vale para todos. Por que essas pessoas ficaram lá tensionando para entrar? Esses são os verdadeiros culpados pelos transtornos e não quem estava democraticamente exercendo o direito de livre organização dos trabalhadores de lutar contra uma medida unilateral da empresa”, declarou a diretora da FUP, Cibele Vieira, que estava presente ao ato. “Não vimos nada demais, nenhuma truculência nada que possa justificar essa medida intransigente da Petrobrás”, revelou.

 

A FUP seguirá cumprindo o seu papel de organização dos trabalhadores, com autonomia e independência, respeitando a decisão das assembleias, que estão aprovando estado de greve e mobilizações contra as medidas arbitrárias anunciadas pela Petrobrás que impactam sobremaneira os petroleiros e petroleiras em teletrabalho. A Federação continua buscando por meio da negociação coletiva regras justas e transparentes para o teletrabalho, que garantam previsibilidade para os empregados e não retrocessos.  Não aceitaremos nem um passo atrás!

 

Veja a íntegra da fala da diretora da FUP, Cibele Vieira: