A importância do respeito e da tolerância na sociedade foram debatidas na Roda de Conversa “Tolerância Zero, Vamos Soltar a Voz” que aconteceu na noite do dia 13 de março, na sede do Sindipetro-NF. A atividade contou foi conduzida pela diretora do sindicato e da FUP, Bárbara Bezerra e contou com a participação da deputada estadual, Elika Takimoto, a vereadora do PT de Macaé Leandra Lopes e a cantora Andrea Martins.
Logo no início, o coordenador do sindicato, Sergio Borges, fez uma saudação antes do início da Roda de Conversa e destacou a importância da luta das mulheres dentro da classe trabalhadora e a necessidade de reconhecimento e respeito diários. Em sua fala, ressaltou as dificuldades enfrentadas pelas mulheres no Brasil, especialmente na luta sindical, enfatizando que “não basta um post nas redes sociais, é preciso lutar por reconhecimento, respeito e dignidade” .
Borges também ressaltou que muitas das contribuições femininas ainda são invisibilizadas, apesar de serem fundamentais para a sociedade. Ele reforçou o compromisso do sindicato com a valorização das mulheres, afirmando que essa reflexão deve ocorrer “não apenas no Dia da Mulher, mas em todos os dias do ano” .
Na condução da atividade, Bárbara fez três provocações às participantes. A primeira para comentarem como foi o dia internacional da mulher para cada, a segunda para falar do alto índice de feminicídio e pensar em uma terceira provocação, que o filme “Ainda estou aqui” trouxe para elas.
Arte e da educação na construção de uma sociedade mais igualitária
Andréa Martins foi a primeira participante a falar e trouxe reflexões sobre os dados e a forma como ela é tratada na sociedade. Compartilhando sua experiência pessoal sobre a data e que esperava que fossem dias especiais. Andrea criticou a tentativa de transformar a data, originalmente de luta e reivindicação, em algo romantizado: “Até o Dia da Mulher procuraram transformar e romantizar. E a gente caiu. E a gente ainda cai” . Para ela, é fundamental que quem está ao lado das mulheres compreendam suas aflições e desafios diários.
A cantora também ressaltou a importância da arte e da educação na construção de uma sociedade mais igualitária e destacou o papel das mulheres que pavimentaram caminhos antes dela. “Estar onde nos sentimos seguras e felizes é um direito inegociável” , afirmou, reforçando a necessidade de respeito e reconhecimento da luta feminina.
Educar as novas gerações para mudar essa realidade
Durante evento a vereadora Leandra ressaltou os desafios enfrentados diariamente pelas mulheres e a necessidade de união e respeito para avançar na luta por direitos e equidade.
“Não é fácil ser mulher”, afirmou a parlamentar, destacando a sobrecarga que recai sobre as mulheres, tanto no trabalho quanto na vida doméstica. “A gente corre atrás, luta pelo que acredita, mas não somos guerreiras por escolha, e sim porque somos obrigados a enfrentar um sistema que nos sobrecarrega.”
Leandra também abordou a questão da violência contra a mulher, enfatizando que os avanços conquistados ainda são insuficientes. “Se tivéssemos realmente avançados, não registraríamos tantos feminicídios. Ainda vivemos num mundo onde mulheres são culpabilizadas por sua própria morte, julgadas até por outras mulheres, o que demonstram falta de empatia e sororidade.”
A vereadora reforçou a importância de educar as novas gerações para mudar essa realidade. “Eu tenho uma filha de 14 anos e quero que ela cresça sabendo que pode ser livre, que pode usar a roupa que quiser, escolher seu caminho e não ser silenciada. Precisamos ensinar nossas meninas que elas merecem respeito e que os espaços devem ser iguais para todos.”
Encerrando seu discurso, Leandra reforçou que a luta das mulheres deve ser diária e coletiva. “O Dia Internacional da Mulher precisa ser um momento de reflexão e de ação. Não queremos apenas flores, queremos respeito, voz e igualdade.”
A deputada estadual pelo PT, Elika Takimoto destacou a atuação intensa de seu mandato em diversas pautas, com ênfase na defesa das mulheres. Entre as iniciativas, projetos direcionados à saúde mental feminina, apoio às mães atípicas e combate à violência de gênero. Ela alertou para o alto índice de feminicídios no país, ressaltando que “todos os dias uma mulher morre apenas por ser mulher ou por recusa algo” .
Além disso, Elika enfatizou sua dedicação à educação, visitando escolas em Macaé para avaliar a aplicação de emendas parlamentares e identificar necessidades. “Meu mandato está à disposição, por favor, me exija. Quero ajudar no que for possível” , afirmou, reforçando sua pressa em entregar resultados, já que o cenário político pode mudar em 2026.
A deputada também criticou os retrocessos do governo Bolsonaro, especialmente os ataques a professores, cientistas e artistas. Para ela, essas áreas foram duramente atacadas por estimularem o pensamento crítico, o que comprometeu não apenas a educação, mas também a valorização do conhecimento no país.
Após os debates as participantes assistiram a uma apresentação da sambista Ellen Chaffin. “Agradecemos a participação de todas que estiveram presentes! Foi uma noite de fortalecimento da nossa luta!” – finalizou Bárbara Bezerra.