Da Imprensa da FUP – Na próxima segunda-feira (09/06), a sede da FUP, no Rio de Janeiro, se transformará em um espaço de co-criação de propostas para a transição energética justa. A entidade receberá o Laboratório de Futuros, evento voltado para o debate de ideias e construção de ações sobre transição energética, que tem mobilizado trabalhadores e trabalhadoras de setores diretamente envolvidos com essa pauta. O Laboratório é parte da Caravana do Futuro, idealizada pela Aurora Lab, em parceria com o Instituto Procomum.
Até novembro, quando será realizada a COP30, a Caravana irá percorrer mais de 21 mil quilômetros do território brasileiro, a bordo de um caminhão elétrico, promovendo diálogos, oficinas e atividades culturais para mobilizar e conectar as pessoas nas lutas por justiça climática e transição energética justa.
“Para isso, queremos que trabalhadores e trabalhadoras de setores diretamente impactados pela transição energética e as mudanças climáticas sejam protagonistas. Em parceria com lideranças sindicais de diferentes categorias, a Caravana do Futuro vai organizar diversos espaços de diálogo com sindicatos, trabalhadoras e trabalhadores, a fim de escutar quais as preocupações e demandas de trabalhadores no contexto da transição energética, quais soluções já existem e quais poderiam ser implementadas a partir de propostas dos próprios trabalhadores para avançar por uma transição realmente justa”, explica a Aurora Lab.
Os encontros do Laboratório de Futuros tiveram início nos dias 27 e 28 de maio, em São Bernardo do Campo (SP), junto com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em uma construção conjunta de propostas para descarbonização dos transportes. A próxima etapa é no Rio de Janeiro, junto com a FUP, com foco na transição justa para a indústria de óleo e gás.
Nos próximos meses, a Caravana do Futuro percorrerá outros estados do país, debatendo propostas com trabalhadoras e trabalhadores de setores essenciais para a transição energética, como carvão mineral, petróleo e gás, agricultura e energias renováveis. As propostas criadas nestes laboratórios serão levadas para Brasília, a fim de influenciar políticas públicas e compromissos dos governos. Elas também serão apresentadas na COP30, em iniciativas de articulação e comunicação.
Saiba mais
A Aurora Lab é uma organização sem fins lucrativos que trabalha com projetos desenvolvidos a partir de experiências práticas, gerando conhecimento em campanhas e comunicação ativista para indivíduos e organizações da sociedade civil.
O Instituto Procomum (IP) atua em prol de um mundo que respeite, proteja e defenda os bens comuns (seja na natureza, na economia, na ciência, na educação, na tecnologia ou na cultura), o que, segundo a organização, só pode ocorrer a partir da ação política de mulheres e homens organizados autonomamente em comunidades e redes. Sua missão é fortalecer pessoas e organizações, articular comunidades, tecer redes, promovendo por meio da colaboração a transição para um mundo comum entre os diferentes.
Objetivos da Caravana do Futuro
Especialistas do movimento climático e representantes do governo têm apontado a transição justa como uma das agendas chaves dentro das negociações de clima que acontecerão em Belém durante a COP30. Acreditamos que para acontecer uma transição verdadeiramente justa, a voz e as propostas construídas por trabalhadoras e trabalhadores é central. Por isso, as propostas geradas nos Laboratório de Cocriação de Propostas sobre Transição Justa visam influenciar políticas públicas e compromissos dos governos tendo como fundo alguns pilares:
Ação coletiva e protagonismo dos territórios e trabalhadores
Acreditamos que as soluções para as crises contemporâneas — como a climática — precisam emergir das comunidades, trabalhadores, coletivos e saberes populares. Os laboratórios de inovação cidadã são espaços de escuta, cocriação e prototipagem de soluções de baixo para cima, que enfrentam desigualdades com criatividade e colaboração.
O Comum como alternativa política e climática
Defendemos o Comum como uma prática que fortalece a democracia, o cuidado com os territórios e os bens compartilhados — como água, ar e terra. A crise climática é também uma crise de gestão dos bens comuns, apostamos na inteligência coletiva para regenerar essas relações.
Protagonismo popular e de trabalhadores
Ao levar propostas para a COP 30, vamos amplificar as vozes de trabalhadores e trabalhadoras da linha de frente. Essas pessoas já constroem respostas a partir das suas realidades à crise, mas historicamente foram excluídas dos processos decisórios globais.
[Foto: Alass Derivas | Aurora Lab]