Categoria retoma mobilização

Nesta segunda-feira, 02, os trabalhadores do Sistema Petrobrás voltam a intensificar a luta pelo início imediato das negociações da PLR e condições seguras de trabalho. Assim como na mobilização nacional do último dia 18, a categoria voltará a dar exemplo de unidade  e garra para fazer valer seus direitos.  
A orientação da FUP é que nesta segunda, os petroleiros façam operações padrões e atrasos em todas as unidades. Na Replan, base do Sindipetro Unificado de São Paulo,  os trabalhadores entram em greve, a partir da zero hora, para pressionar a Petrobrás a cumprir decisão judicial de pagar o extraturno, sem discriminações (veja matéria ao lado). 
Conselho Deliberativo – O Conselho Deliberativo da FUP reúne-se no dia 04 de março para avaliar o quadro nacional das mobilizações e discutir novos encaminhamentos em relação à negociação da PLR e demais direitos da categoria.

Trabalhadores da Replan entram em greve

Os petroleiros da Replan, em Campinas, iniciam à zero hora desta segunda (02) greve de cinco dias contra a decisão arbitrária da Petrobrás de cortar o extraturno dos trabalhadores admitidos após 1999. Como a empresa tem se mantido irredutível, descumprindo decisão judicial, os trabalhadores decidiram em assembléia entrar em greve, com controle de produção. 
Em 1999, os petroleiros da Replan, através de ação judicial ganha pelo sindicato, mantiveram o pagamento do extraturno, que foi usurpado da categoria através de proposta de indenização imposta pela Petrobrás durante o governo neoliberal do tucanato. De lá para cá, a dobradinha continuou sendo paga a todos os trabalhadores de turno da refinaria, inclusive os que foram admitidos posteriormente. A Petrobrás agora quer cortar este direito dos trabalhadores pós 1999, mantendo o extraturno somente para quem foi contemplado na época pela ação do sindicato.

Eleições na Petros: vote em quem tem compromisso com os trabalhadores

De 07 a 29 de abril, os participantes e assistidos dos planos de previdência complementar administrados pela Petros irão eleger os novos conselheiros representantes dos trabalhadores. São duas vagas em disputa: uma para o Conselho Deliberativo e outra para o Conselho Fiscal da Petros. Ambas as vagas serão preenchidas por representantes da ativa: um titular e seu respectivo suplente. 
Na eleição para o Conselho Deliberativo, a FUP e seu sindicatos apóiam a dupla formada pelos companheiros Cláudio Alberto de Souza (titular) e Itamar Sanches (suplente). 
No Conselho Fiscal, a dupla apoiada pela FUP é composta pelos companheiros Paulo César Martin (titular) e Iranildo Germano (suplente).

O mandato dos conselheiros é de quatro anos, portanto, é fundamental saber escolher seus candidatos. Os companheiros Cláudio Alberto e Paulo César têm se dedicado ao longo dos últimos anos à luta em defesa dos direitos e interesses de todos os participantes e assistidos da Petros. Ambos atuaram intensamente na campanha pela repactuação do Plano Petros e na luta pela implementação do Acordo de Obrigações Recíprocas.

Tanto Cláudio Alberto, quanto Paulo César, continuarão lutando pela reabertura da repactuação para os participantes e assistidos do Plano Petros que queiram garantir os benefícios desta que é uma das maiores conquistas da nossa categoria.

CUT acusa gestão da Embraer de oportunista 

Na avaliação da CUT, a demissão de 4,2 mil trabalhadores da Embraer, em São José dos Campos, é obra de incompetência administrativa e amadorismo gerencial. Trata-se também de oportunismo. A empresa tem recebido ao longo dos anos aportes do BNDES, cujo patrimônio é em grande parte composto por recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador. A Embraer quebrou recordes no ano passado, quando vendeu 204 aparelhos contra os 195 que ela mesma estimava, num crescimento de 20% se comparado ao de 2007. Em recente lista que inclui multinacionais, figura como a 16ª maior receita entre as indústrias em atuação no território nacional e como o 15º maior lucro líquido. 
Um dia antes de anunciar as demissões, um alto executivo da empresa, em entrevista ao jornal Gazeta Mercantil, afirmou que a Embraer via na crise “uma grande oportunidade” e que apostava em seu crescimento na América Latina. Diante de tais fatos, é ou não é oportunismo demitir 4,2 mil trabalhadores sem nenhuma tentativa prévia de encontrar solução mais ousada e responsável, sem considerar os altos lucros que teve em períodos anteriores, sem negociar com ninguém e sem considerar que demissões estão na direção contrária ao enfrentamento da crise, já que enfraquecem o mercado interno? 
A CUT, junto com seus sindicatos, vai realizar mobilizações, ações políticas e jurídicas para pressionar a Embraer a reverter esse processo bárbaro de demissões que não considerou as famílias de seus trabalhadores e trabalhadores, a cidade que acolheu a empresa ou o país que tanto a ajudou.

Inoperância da Conlutas/PSTU facilitou demissões

Paralisada diante das absurdas demissões anunciadas pela Embraer, a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, filiada à Conlutas/PSTU, tenta se isentar de qualquer responsabilidade com os trabalhadores, jogando a culpa, como sempre, na CUT. Na mais clara demonstração de incompetência e total falta de equilíbrio emocional para negociar uma saída para a crise, a direção do sindicato apelou feio, alegando de forma leviana que o presidente da CUT sabia das demissões. Ou seja, a Conluta/PSTU se utiliza vergonhosamente do drama que atinge milhares de trabalhadores da Embraer para tentar tirar proveito político.

“Nenhum de nós, da CUT, sabia previamente números ou datas a respeito de demissões na Embraer. Soubemos dessa trágica notícia pouco tempo depois de os trabalhadores da empresa terem sido informados. Se o sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos não fosse filiado à Conlutas, e sim à Central Única dos Trabalhadores, dificilmente teria sido apanhado de surpresa e chegado atrasado como de fato aconteceu. Luta, para nós, é muito mais que um nome fantasia. É compromisso”, declarou Artur Enrique, presidente da CUT, em nota pública divulgada no portal da Central (www.cut.org.br).

Oposição diz que direção do sindicato sabia das demissões e nada fez

“Quem está na direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região e deveria decidir as políticas sindicais a serem adotadas é o Conlutas/PSTU. Esses dirigentes deveriam estar a par das intenções da Embraer e se anteciparem às demissões”, acusam os metalúrgicos quem fazem oposição à atual direção do sindicato. 
Leia trechos da nota divulgada pela Oposição Metalúrgica Cutista:
“O próprio Sindicato informava, em dezembro de 2008, em seu site e jornal semanal, a intenção da Embraer em demitir cerca de 4.000 funcionários. A iminência destas demissões também foi notícia nos jornais da região, em dezembro passado. Na matéria intitulada “Sindicato avalia risco de demissões”, publicada no jornal Valeparaibano do dia 11 de dezembro de 2008, o presidente do Sindicato, Adilson dos Santos, conhecido como Índio, declarava, após reunião com a Embraer, que havia “fortes indícios de demissões” na empresa, por conta dos efeitos da crise. 
Quantas medidas concretas poderiam ter sido tomadas pela atual direção do Sindicato ligada ao Conlutas/PSTU, desde então, para evitar as mais de 4000 demissões? No entanto, nada foi feito por esta diretoria, que simplesmente não negociou com a empresa antes, não mobilizou os trabalhadores e esperou, de braços cruzados, as demissões acontecerem! Portanto, quem se porta de maneira vergonhosa e traidora dos ideais trabalhistas é a própria Conlutas e não a CUT! 
Esqueceram-se dos trabalhadores para lutar por seus próprios ideais de ganância e poder, fazendo campanha para “a chapa do sindicato”, culpam a CUT pelas demissões e ainda querem que o Presidente Lula resolva tudo com uma “canetada”. 
Seria cômico, se não fosse trágico! Como pode a CUT ser a culpada se quem está na direção do Sindicato é a Conlutas? Que inversão de valores é esta em que a situação se porta como oposição, gritando e esperneando em vez de tomar as rédeas da situação e agir em defesa dos trabalhadores?”