Categoria do NF dita ritmo e não aceita ameaça

Do Boletim Nascente – Com assembleias até o próximo dia 4, a base do Sindipetro-NF continua a rejeitar massivamente a terceira contraproposta da gestão bolsonarista da Petrobrás para o Acordo Coletivo de Trabalho — que, de modo arrogante e autoritário, os circunstanciais representantes da empresa chamam de “última”. O NF se soma a todas as demais bases da FUP, que não se renderam às chantagens e ameaças e estão mostrando que quem determina o tempo da Campanha Reivindicatória são os trabalhadores, na luta.

Na manhã desta terça, 30, uma das assembleias da unidade de Cabiúnas ficou lotada, como também já havia acontecido na semana passada nas bases de Imbetiba e Parque de Tubos. Mesmo nas assembleias com grupos menores de trabalhadores a participação tem sido intensa, com a manifestação da indignação da categoria.
Nos próximos dias, além das plataformas (que seguem até o domingo, 4), ainda acontecem assembleias dos aposentados (quarta, 31, na sede de Campos, e quinta, 01, na sede de Macaé, ambas às 10h) e nos turnos de Imbetiba e do Parque de Tubos (as duas na sexta, 02, às 19h, na saída do turno).


Quadro nacional

“Iniciadas na terça-feira, 23, as assembleias nos sindicatos da FUP seguem rejeitando contundentemente a contraproposta rebaixada apresentada pela gestão da Petrobrás e subsidiárias para o Acordo Coletivo de Trabalho 2022/2023. Em todas as bases, a categoria petroleira tem referendado a cobrança da FUP de prorrogação do ACT e de continuidade da negociação. Em diversas unidades do Sistema Petrobrás, a rejeição à contraproposta da empresa tem sido por unanimidade, tamanha a indignação e revolta dos trabalhadores com o impasse criado pela gestão para tentar empurrar um Acordo cheio de retrocessos”, informou a FUP nesta semana.

A Federação destaca que a categoria petroleira tem demonstrado grande força mesmo com as hostilidades dos gestores da companhia. “A empresa tem ameaçado retirar direitos, chantageando os trabalhadores com apresentações sobre a transição para a CLT. Empregados com cargos de confiança estão sendo chamados a participar das assembleias para intimidar seus subordinados. Entidades sindicais estão sendo atacadas e seus dirigentes impedidos de ingressar nas unidades, entre outras práticas antissindicais”, relata a Federação.


Não nos intimidarão

Ainda de acordo com a FUP, “apesar das ameaças, intimidações e práticas antissindicais dos gestores, a categoria não se intimida e segue resistindo ao desmonte do ACT e ao assédio moral. Desde as primeiras votações, o tom das assembleias é de indignação e de repúdio à retirada de direitos, à perda da cláusula de garantia no emprego e aos ataques contra a AMS, a jornada de trabalho e as organizações sindicais”.

Confira os indicativos da FUP/NF

1 – Rejeitar a 3ª Contraproposta apresentada pela Petrobrás e subsidiárias.

2 – Intensificar as mobilizações, com realização de paralisações pipoca, operações padrão por segurança e outras ações que serão realizadas com a participação da base.

3 – Referendar a cobrança já feita pela FUP de prorrogação do ACT até o fim das negociações, com garantia da data-base.

4 – Autorizar a FUP a retomar as negociações, diretamente com o RH ou sob mediação do TST, priorizando a defesa de 6 pontos que atacam diretamente o ACT, sendo eles:
– Garantia de emprego no Sistema Petrobrás.
– Manutenção do Acordo Regional do NF (Dia de Desembarque, Turno da Manutenção e Auxílio Deslocamento).
– Limite de 13% para descontos da AMS.
– Preservação dos adicionais de gasodutos e da operação da mestra nacional (Transpetro).
– Manutenção da relação trabalho x folga em 1 x 1,5, no regime de turno de 12h nos prédios administrativos.
– Fim dos ataques à organização sindical.
5 – Aprovação do Manifesto em repúdio à posição autoritária da gestão da Petrobrás.