É preciso falar de forma clara sobre suicídio, alertam convidados do Podcast da Rádio NF

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É preciso falar de maneira clara sobre suicídio e ampliar o diálogo sobre o tema nos locais de trabalho e demais espaços de convívio social. Este é o principal alerta do Podcast da Rádio NF, publicado hoje, com conteúdo que marca as atividades da campanha “Heróis e heroínas também se cuidam”, uma iniciativa sindical para participar do Setembro Amarelo.

O Podcast, que tanto pode ser ouvido na área da Rádio NF no site do Sindipetro-NF quando no vídeo abaixo, tem como convidada a psicóloga Soraya Carvalho, o médico do trabalho, Ricardo Garcia, e o diretor sindical Sérgio Borges.

No programa, a psicóloga lembra que “o tema suicídio sempre foi muito tabu, sempre houve muito preconceito em torno desse ato que é extremamente humano”, defendendo que havia dificuldade em tratá-lo “de modo claro, objetivo, preventivo”. Este cenário começa a mudar a partir da criação do Dia de Prevenção ao Suicídio e a criação de uma política pública de enfrentamento da questão.

O médico do trabalho, que assessora o Departamento de Saúde do Sindipetro-NF, destaca que os números em torno do suicídio são gravíssimos. “No Brasil, a gente tem uma morte a cada 45 minutos de um brasileiro vítima de suicídio. No mundo, a cada 40 segundos. Então a gente tem um impacto muito grande, é um problema de saúde pública que tem que ser abordado de frente”, afirma.

O sindicalista Sérgio Borges, que atua no Departamento de Saúde do Sindipetro-NF e na diretoria da CUT-RJ, mostra que a saúde mental do trabalhador é uma preocupação constante dos sindicatos e que na categoria petroleira não é diferente. “A categoria petroleira é marcada por uma série de especificidades que facilitam a deterioração da saúde mental. Nós temos escalas que são muito longas, com jornadas extenuantes, temos ambientes de trabalho que são altamente periculosos e insalubres, temos condições de trabalho com isolamento, com confinamento também”, explicou.

A campanha

A campanha “Heróis e heroínas também se cuidam” é uma iniciativa da CNQ (Confederação Nacional dos Químicos), da FUP (Federação Única dos Petroleiros), da CUT-RJ (Central Única dos Trabalhadores) e do Sindipetro-NF (Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense). O objetivo é trazer o tema da saúde mental no trabalho para a pauta geral da campanha Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio.

A Campanha Setembro Amarelo é uma iniciativa da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e do Conselho Federal de Medicina (CFM), que estipularam a data 10 de setembro como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

De acordo com o Ministério da Saúde, são registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 1 milhão no mundo. “Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e do abuso de substâncias”, informa a Pasta em seu site.

Entre os petroleiros da região, desde 2012, 13 suicídios foram registrados pelo Departamento de Saúde do Sindipetro-NF. Neste período houve casos em quase todos os anos, com exceção de 2016 e de 2019. Nos últimos anos houve dois casos em 2018, dois casos em 2020 e outros dois neste primeiro semestre de 2021.

Confira ações programadas para as redes sociais do Sindipetro-NF e demais entidades participantes:

03 de Setembro
– Divulgação de Podcast da Rádio NF sobre Saúde Mental no Trabalho.

08 de Setembro
– Veiculação do programa “NF ao Vivo”, às 19h30, com representantes de famílias que passaram por casos de suicídio.
– Lançamento da cartilha “Heróis e heroínas também se cuidam”.

29 de Setembro
– Veiculação do programa “NF ao Vivo”, às 19h30, com especialistas na área de Saúde Mental no Trabalho.

Durante todo o mês

– Veiculação de vídeos curtos nas redes sociais sobre Saúde Mental no Trabalho e prevenção ao suicídio.
– Divulgação de banners nos sites e faixas físicas das entidades envolvidas.
– Abordagem do tema nos boletins sindicais.