Na velocidade bem humorada das redes sociais, em que o brasileiro e a brasileira, para espanto de muitos estrangeiros, consegue rir e produzir riso mesmo à beira do abismo, mal havia sido concluída a apuração dos votos no primeiro turno das eleições presidenciais que apontaram a primeira colocação de uma candidatura fascista — de um candidato que tece elogios públicos, inclusive no parlamento, a torturadores — subia a hashtag galhofeira “#FicaTemer”.
A brincadeira tem um fundo trágico de verdade: mesmo que, por um surto democrático, uma iluminação sobrenatural ou por qualquer outro fenômeno, o candidato da direita extremista resolvesse, se eleito (bate na madeira) respeitar regras democráticas, controlar a sua turba violenta e manter os militares (incluindo o seu vice) aonde devem estar, restaria ainda o futuro sombrio da acentuação da agenda neoliberal que penaliza os mais pobres e faz a festa dos mais ricos.
Seria um Temer ainda mais violento, ávido por aceitação dos donos do “mercado” e, desta vez, ungido pelo voto popular. Em um Congresso que continua de ampla maioria conservadora — tendo a própria bancada do partido do inominável se tornado a segunda da Câmara Federal, atrás apenas do PT —, as condições para acelerar no corte de direitos trabalhistas e sociais estariam ainda mais dadas do que no cenário já trágico em que nos encontramos. Ou seja, o que é ruim pode piorar.
Por isso é que todo brasileiro e toda brasileira que tem o mínimo de senso acerca do que está em jogo, tanto sob o ponto de vista do funcionamento da democracia quanto sob o ponto de vista dos direitos, não pode manter-se em omissão neste momento crítico. É preciso dialogar com amigos, parentes, vizinhos. É preciso posicionar-se nas redes sociais, ajudar a combater notícias falsas e divulgar as propostas da candidatura que verdadeiramente promove justiça social e distribuição de renda, que fará o País crescer de baixo para cima, com mais inclusão, como ocorreu no País antes que a onda conservadora iniciasse uma desestabilização institucional que culminou com o Golpe de 2016.
A CUT, a FUP e o Sindipetro-NF, estão ao lado dos trabalhadores e das trabalhadoras, como sempre. E por isso não vacilam, não ficam em cima do muro, não brincam com coisa séria: todos e todas com Haddad para a Presidência.