Logística precária em transferências de voos demonstra descaso com trabalhadores

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Os problemas de logística para embarque e desembarque para a Bacia de Campos continuam a gerar muitos transtornos para os petroleiros e petroleiras. Embora dificuldades com as condições do tempo sejam previsíveis e até recorrentes, a Petrobrás tem demonstrado despreparo para lidar com as transferências de voos, nos últimos dias, em razão das chuvas.

Nesta manhã, o sindicato recebeu de trabalhadores o relato de que, ontem, grupos de trabalhadores que embarcariam por volta das 13h foram deixados no Heliporto do Farol de São Thomé até à noite, por volta das 20h, quando finalmente foram levados para hospedagem na região central de Campos dos Goytacazes.

Estes trabalhadores, das plataformas PCH-1, P-43 e PNA-2, estavam à disposição da empresa para embarque desde o final da manhã de ontem. A situação enfrentada por eles é semelhante à relatada pela categoria em dias anteriores, como mostrou (aqui) o sindicato.

Além dos problemas relacionados à organização da empresa, os trabalhadores enfrentam dificuldades com os serviços oferecidos pelos hotéis e no transporte entre os hotéis e a rodoviária. Após passarem todo o dia sem almoço e jantar, os trabalhadores tiveram problemas nos seus pedidos, com esperas de até 2 horas pela refeição na hospedagem.

Risco para segurança

A entidade continua a pressionar a Petrobrás pela adoção de tratamento eficaz e respeitoso para com os trabalhadores e trabalhadoras. O NF não aceita alegações de que os transfornos podem ser atribuídos apenas às condições do tempo, quando se mostram consequências de falhas logísticas e de políticas de gestão da companhia.

O desmonte da empresa nos últimos anos, associada a uma terceirização acentuada de atividades essenciais como a logística de transportes, têm levado a esta precariedade no atendimento aos trabalhadores, que se tornam ainda mais graves e evidentes nos dias que acumulam atrasos e transferências de voos.

O sindicato tem denunciado com frequencia que, além do desconforto gerado por este tipo de desleixo, as consequências se estendem à segurança no trabalho. Após passarem por toda esta saga de espera e de indefinição no Heliporto e terem sido levados a hotéis somente à noite, ainda tiveram que acordar no meio da madrugada para, por meios próprios de transporte, destinarem-se à rodoviária.

O desgaste de uma jornada de 14 dias à bordo de uma plataforma, portanto, começa muito antes, gerando exaustão excessiva e desnecessária, comprometendo a atenção nos procedimentos e aumentando os riscos de acidentes.

Denuncie

O Sindipetro-NF mantém o canal de diálogo com a categoria aberto para receber os relatos dos trabalhadores sobre as condições de habitabilidade e segurança, pelos celulares dos diretores e diretoras ou pelo e-mail [email protected], com garantia de manutenção de sigilo acerca da identidade do denunciante. É por meio destas informações que o sindicato pressiona a Petrobrás pela resolução dos casos e formula denúncias aos órgãos fiscalizadores.