Nascente 1271

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Editorial

Foi bonita a festa! A primavera está de volta

Aos poucos eles foram chegando de vários cantos do país e lotando a esplanada dos ministérios. Eram mulheres, pessoas negras, indígenas de várias etnias, petroleiros e petroleiras, professores, trabalhadores rurais, artistas, pessoas LGBTQIA+… Alguns sozinhos, outros em dupla, em família e em caravana. Era um mar de gente feliz, mas um mar de gente cansada de quatro anos de um governo que colocou à grande maioria do povo brasileiro à margem, com fome, com medo e sem voz.
Mas eles foram e ocuparam a praça cheios de esperança de um país onde todos vão ter voz e seus direitos retomados. Foram e se emocionaram juntos, abraçaram até quem não conheciam, porque sabiam que a partir daquele 1 de janeiro o Brasil ia mudar.
Foram e se viram totalmente representados na subida da rampa do planalto por aquela mulher negra catadora, pelo indígena Cacique Raoni, pelo jovem com paralisia cerebral, o metalúrgico, o professor, a criança negra de dez anos e a cozinheira que estiveram lado a lado com Lula e Janja, num momento que ficou marcado na história e nunca mais sairá da cabeça do povo.
O fascismo tentou destruir uma, duas ou três rosas, mas ele esqueceu que nós brotamos e que de uma pessoa podemos virar muitas e derrotá-lo. Demorou, mas a primavera voltou.

 

A Semana

Pelé se foi

A diretoria do Sindipetro-NF lamenta profundamente a morte daquele que foi um ícone do futebol mundial, Édson Arantes do Nascimento, o Pelé, 82 anos que fez a alegria de milhões de brasileiros. Faleceu no hospital Albert Einstein, no dia 28, foi velado na Vila Belmiro, estádio do Santos e sepultado na terça, 3.
O rei do futebol se foi, mas seu legado e sua inspiração continuarão motivando milhares de jovens pelo mundo.

Sindicatos fortes
Após assumir o Ministério do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho garantiu um MTE comprometido com a construção do diálogo social e da negociação coletiva. Para ele, isso inclui, sindicatos fortes, com representatividade e capacidade autônoma de organização. Uma ótima notícia para os trabalhadores, que sofreram com tanta repressão nos últimos anos.

Salário mínimo
Segundo Marinho o governo federal terá “uma política de valorização permanente do salário mínimo”. De acordo com ele, a proposta vai ser apresentada ao Congresso Nacional.
“Farei de tudo para que a agenda do trabalho tenha protagonismo inédito e esteja no centro das definições das políticas de desenvolvimento do país“, disse.

NF ao Vivo
Por conta do reveillon o Programa NF ao vivo não será exibido essa semana e retomaá na prróxima quarta, dia 11 de janeiro, a partir das 19h30 no canal do Youtube e na página do Facebook do Sindipetro-NF. Fique atendo a divulgação nas redes sociais.

Combustíveis
Ministro da Justiça, Flavio Dino, mandou investigar postos de combustíveis que aumentaram o preço da gasolina nos últimos dias, justificando que Lula não prorrogaria desoneração.Segundo o secretário nacional do Consumidor, Wadih Damous, ação foi orquestrada. Não houve aumento na Petrobras e não há base empírica para que haja essa descoordenação em relação a preços.

Pesquisa
Você que é trabalhador e trabalhadora, pode colaborar participando da pesquisa sobre saúde mental e trabalho está sendo realizada pela Fiocruz em parceria com o Sindipetro-NF e RJ. A participação dos trabalhadores e trabalhadoras é muito importante para identificarmos a proporção do problema na categoria. Inscrição em is.gd/pesquisanffiocruz.

Denuncie
A discriminação religiosa motivou milhares de ações por assédio moral na Justiça do Trabalho, nos últimos anos. Segundo dados da pesquisa realizada pela Data Lawyer, a pedido do Jota, 21.707 processos foram abertos, entre setembro de 2019 até o mesmo mês de 2022. Qualquer trabalhador, que se sentir ameaçado ou assediado deve lutar pelos seus direitos.

Você tem que saber

Lula revoga privatização da Petrobrás

Ministro das Minas e Energia afirma que o mercado nacional não pode ficar exposto aos preços internacionais

Lula e Jean Paul Prates

Após a cerimônia histórica de posse, o novo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, assinou medidas provisórias e decretos que cumprem os compromissos assumidos durante o período eleitoral e medidas emergenciais e estruturais para dar início à recontrução do país. Foram revogados atos herdados do governo Bolsonaro, como privatizações de estatais, sigilos indevidos impostos pelo presidente, medidas que facilitavam o acesso a armas de fogo e o desmonte da política ambiental.
Um dos despachos assinados pelo presidente Lula foi a revogação dos atos de privatização da Petrobrás, da Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), dos Correios, da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev), da Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. (Nuclep), Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e dos armazéns e os imóveis de domínio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O governo Lula também prorrogou por dois meses (até 28 de fevereiro de 2023) a desoneração da gasolina e do etanol. A MP zerou ainda as alíquotas de PIS/Cofins para diesel, biodiesel e gás liquefeito de petróleo (GLP) até 31 de dezembro de 2023. Essa medida vai evitar um aumento brusco para os consumidores nos primeiros dias do governo e permite à Petrobras ganhar tempo para definir a nova estratégia para os preços da gasolina, do diesel e do gás de botijão.

Fim do PPI à vista

No dia de sua posse, o novo ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, garantiu em seu discurso de posse que o Brasil terá uma nova política de preços de combustíveis e investirá mais em refino, para proteger os consumidores. “Apesar de sermos, muito graças à Petrobras, a maior produtora de petróleo da América Latina, nossa capacidade de refino deficitária nos torna reféns da importação de derivados de petróleo e de gás natural, deixando o mercado nacional exposto às constantes e abruptas oscilações internacionais de preço”, afirmou.
O indicado de Lula para ocupar a presidência da Petrobrás, senador Jean Paul Prates (PT/RN), é um ferrenho crítico do PPI e teve papel de destaque, como relator do projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados, propondo mecanismos para minimizar os reajustes de preços dos combustíveis. A proposta teve contribuições da FUP e do INEEP, antes de ser aprovada no Senado.

Posse de Lula

Onda laranja ocupou Brasília em posse histórica

Das Imprensas da FUP e do NF

Caravanas com mais de 500 trabalhadores de Norte a Sul do Brasil participam da posse de presidente Lula. A categoria petroleira esteve fortemente representada por caravanas de todas as regiões do país e o Norte Fluminense teve destaque com mais de 250 pessoas entre representaes da categoria, familiares e movimentos sociais. Alguns seguiram em caravana organizada pelo Sindipetro-NF e outros por conta própria, mas que se destacavam com seus coletes laranjas ou com a camisa distribuída pelo NF para a posse.
“Essa presença maciça da categoria nos encheu de esperança e de gratidão pelo momento vivido”, comentou o Coordenador do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra que levou sua esposa e filhas para participar desse momento histórico do país. Tezeu lembra que nos últimos anos as idas à Brasília foram para evitar a entrega do pré-sal,corte de direitos trabalhistas, venda de estatais ou para participar de reuniões emergenciais para tentar barrar alguma venda de ativos da Petrobrás. “Agora é meio que uma redenção, um alívio,um momento de tranquilidade para olharmos pela reconstrução do país e da Petrobrás”, disse.
Os ônibus da região saíram de Macaé e Campos nos dias 30 e 31 de dezembro e participaram das atividades na esplanada dia 1 de janeiro.
O coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, representou os petroleiros na solenidade oficial.

 

Saideira

Nomeações de Lula “acendem chama da esperança” diz Deyvid

Imprensa da FUP e do NF

O Coordenador da FUP, Deyvid Bacelar, que representou a categoria petroleira na cerimônia de posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 1 de janeiro, avalia de forma positiva a nomeação do senador Jean Paul Prates (PT/RN) para a Presidência da Petrobrás e do novo ministro das Minas e Energia, será o senador Alexandre Silveira (PSD/MG).
Com amplo conhecimento da indústria do petróleo, Prates foi um dos principais críticos da política abusiva de reajuste dos combustíveis, que foi adotada pela Petrobrás em 2016, após o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, Prates, assim como Lula, defende o fim do Preço de Paridade de Importação (PPI). O futuro presidente da Petrobrás também foi um dos coordenadores da equipe de transição que discutiu ações emergenciais para o setor de Minas e Energia.
“As escolhas do presidente Lula acendem uma chama de esperança, sustentada pelo compromisso desse novo governo com o povo brasileiro e a soberania nacional. Jean Paul Prates vem participando das lutas em defesa da Petrobrás, sempre com uma visão crítica sobre o PPI e o entendimento de que a estatal é também um instrumento de mudança social. Além disso, Prates tem vasta experiência nas áreas de petróleo e gás e de energia renovável e meio ambiente”, ressalta Deyvid Bacelar.

 

Normando

Encontro dos Bras(z)is

A posse de Lula foi um daqueles momentos em que o Brazil foi forçado a admitir a existência do Brasil. E essa divisão está muito longe de ser nova.
Em 1861 um jovem de 22 anos publicou no importante “Diário do Rio de Janeiro” uma crônica em que atacava a auto concessão de créditos extraordinários no orçamento do governo do Império.
Aficionados ao Brazil dos ricos se apressariam a comparar o “crédito extraordinário” de 1861 à PEC da transição que viabiliza promessas do 3° governo Lula. Nada mais falso.
O cronista de 1861 era negro e sabia muito bem seu lado na vida. Chamava-se Machado de Assis e naquele texto teve o cuidado de distinguir o Brasil que amava (“o país real, esse é bom, revela os melhores instintos”) do Brazil das autoridades (“caricato e burlesco”).
Em 1861 não existiam no orçamento do Brazil os trabalhadores, as mulheres, os pretos e pretas, os indígenas, as pessoas LGBTQIA+, em situação de rua, com deficiência, idosas, todos lembrados pelo magnífico discurso de posse de Silvio Almeida.
Esses segmentos constituem o Brasil “bom” e de “melhores instintos” de Machado de Assis, e estavam novamente em processo de banimento do orçamento, até a semana passada. Incluído o Brasil nas despesas, o Brazil caricato e burlesco passou a chamar isso de “gastança”.
Foi contra a “gastança” nos pobres que os herdeiros do “crédito extraordinário” atacado por Machado criaram o “teto de gastos”. A proposta do Brazil para o Brasil lembrado pelo ministro dos Direitos Humanos foi e é apenas a escravidão.
A escravidão de 1861 ainda existe nos Bras(z)is de hoje, defendida em 30 de outubro pelos 36,74% simpatizantes da alternativa política mais violenta do Brazil, o fascismo, (Lula, do Brasil, teve 38,08%; outros 25,18% se omitiram ante o risco civilizatório da bandidagem bolsonarista).
Dentre os defensores da escravidão figura o ex-presidenciável nanico Luiz Felipe d’Ávila, ora colunista do “Estadão”, que 3 dias antes do início do governo Lula o colocou como “mal maior” do que Bolsonaro, e inscreveu na “Marcha da Insensatez” (definida pela historiadora Barbara Tuchman em obra desse título), os ataques à escravista Reforma Trabalhista.
Tuchman escreveu no epílogo de seu livro uma conclusão ovocolombiana: a primeira característica da insensatez é o repúdio à razão. O problema é que a “razão” do Brazil de d’Ávila e dos ricos é abissalmente distinta da “razão” do Brasil.
“Razão” para o Brazil inclui 700 mil mortos por recusa ideológica às vacinas, 153 milhões em  insegurança alimentar e 33 milhões de famintos.
Já “Razão”, para o Brasil, significa cada brasileiro ter a certeza de contar com no mínimo 3 refeições diárias.

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