Nascente 1281

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no whatsapp

[VERSÃO NA ÍNTEGRA EM PDF DISPONÍVEL NO FINAL DA PÁGINA]

A SEMANA

Eleição sindical como extensão da força do NF

Um dos maiores desafios da cidadania é manter a atuação política e politizada dos indivíduos mesmo quando fora do período eleitoral. Ainda que o crescimento dos efeitos deletérios da extrema-direita tenha promovido, por força da necessidade do seu combate, algum aumento do interesse pela política, mesmo assim mantem-se a carência de atuação política em conselhos municipais, fóruns, audiências públicas e demais espaços institucionalizados de pressão popular.

Este problema, que é de toda a sociedade, tem uma proporção diferente, no entanto, quando recortado para a categoria petroleira. Nela, ele praticamente inexiste, o que é muito animador constatar. A petroleira, o petroleiro, sabe-se um ator político relevante na relação com o seu sindicato durante todo o ano, em qualquer época, independentemente do período eleitoral.

É por isso que, neste momento em que a entidade entra em processo de eleição para a Diretoria Colegiada e para o Conselho Fiscal, o chamado à participação de cada uma e de cada um se torna uma tarefa fácil para a entidade, posto que se trata da continuidade de uma grande participação já existente em todos os outros momentos.

Ainda assim, não há que se negar a oportunidade de um debate ainda mais intenso e de um revigoramento saudável que sempre acompanham os momentos eleitorais. Tratemos, portanto, de aproveitar as eleições sindicais para fortalecer ainda mais o nosso sindicato, por meio de um debate produtivo sobre o nosso futuro e por meio de uma grande presença na votação. Cada voto é um recado petroleiro de que valoriza a sua entidade e que quer a sua voz projetada com altivez todas as vezes e em todos os lugares em que se fizer necessária.

Todas, todos, todes às eleições de um dos maiores sindicatos petroleiros da América Latina, com orgulho e com compromisso com a categoria e com o Brasil.

ACT Setor Privado

O Departamento de Trabalhadores do Setor Petróleo Privado, do Sindipetro-NF, chama a categoria a enviar sugestões e demandas para as negociações de Acordo Coletivo de Trabalho das empresas Champion, Halliburton, SLB, Baker, Wellbore e Expro. Os acordos referem-se a empresas com data-base em maio, e as sugestões dos petroleiros e das petroleiras devem ser enviadas até o dia 30 de abril para o e-mail do Departamento: [email protected]. O sindicato estimula a participação da categoria para que os acordos sejam cada vez mais melhores.

Aproximação

O NF e a FUP se reuniram no último dia 16 com representantes da Federação dos Clubes dos Empregados da Petrobrás. O objetivo foi somar forças na conscientização e organização da categoria petroleira. A ideia é estreitar essa aproximação em defesa da companhia.

Propina?

Aí tem. E o povo brasileiro quer saber. A nova direção da Petrobrás pretende abrir investigação interna para apurar possível relação entre a venda da refinaria Landulpho Alves (Rlam), atual refinaria Mataripe, na Bahia, ao fundo árabe Mubadala, e as joias dadas de presente pelo governo da Arábia Saudita a Jair Bolsonaro.

GT discute PCDs

A FUP anunciou que a Petrobrás concordou em criar um Grupo de Trabalho para discutir as reivindicações dos empregados com deficiência e pais de pessoas com deficiência (PCDs), como a adoção do teletrabalho, a suspensão das transferências e outras demandas específicas desses trabalhadores. Uma reivindicação já atendida foi a suspensão das transferências.

Antirracismo

Movimentos sindicais e sociais encerraram nesta terça, 21, Dia Internacional da Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, um ciclo de atividades de combate ao racismo, dentro da programação dos “21 Dias de Ativismo Contra o Racismo”. A campanha está na sétima edição e conta com grande adesão das entidades brasileiras.

Abaixa os juros, BC!

A CUT, as demais centrais sindicais promoveram nesta terça, 21, em várias capitais protestos para reivindicar a queda da taxa básica de juros (Selic) praticada pelo Banco Central (BC), que atualmente está em 13,75% ao ano, e a democratização do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (CARF). A alta taxa de juros paralisa a economia e impede o país de crescer e gerar emprego decente, distribuir renda e facilitar o acesso ao crédito.

 

VOCÊ TEM QUE SABER

Assembleias começam nesta sexta, 24

Das Imprensas do NF e da FUP

A FUP e seus sindicatos aprovaram um calendário de lutas, com paralisações, estado de greve, ações políticas e jurídicas, para impedir que a gestão da Petrobrás dê prosseguimento às privatizações, conforme anunciou na última sexta-feira, 17. Os protestos começam nesta sexta, 24. No Norte Fluminense, a data será marcada pelo início de assembleias com indicativos de aprovação de estado de greve e de manifesto com reivindicações regionais (confira a pauta e o calendário completo na capa desta edição e, abaixo, o manifesto para o NF).

Com quase três meses de governo Lula, a diretoria e o Conselho de Administração da empresa ainda seguem ocupados por indicados de Bolsonaro, que correm contra o tempo para concluir as vendas de ativos e boicotam as propostas de reconstrução da estatal. Ao retomar a venda da Lubnor (CE) e dos polos de produção do Rio Grande do Norte e do Espírito Santo, a Petrobrás vai na contramão da orientação dada pelo governo Lula, via Ministério das Minas e Energia, para que a empresa interrompa as privatizações.

Em documento enviado à estatal no dia primeiro de março, o MME (Ministério das Minas e Energia) solicitou a suspensão por 90 dias da venda dos ativos que estão em andamento.

Calendário e Pautas

24/03 a 30/03: Plataformas, salas de controle e turnos de terra
28/03 às 13h: Base de Imboassica (PT)
29/03 às 07h: Base de Cabiúnas (ADM)
30/03 às 13h: Base de Imbetiba
30/03 às 19h: Home-office e trabalhadores de folga (online)

Indicativos do NF
1 – Aprovação do estado de greve contra a continuidade das Privatizações e permanência da gestão bolsonarista na Petrobras.
2 – Aprovação do manifesto de denúncia do caos aéreo, das péssimas condições de habitabilidade, das transferências abusivas de trabalhadores, em apoio a incorporação dos trabalhadores do terminal de cabiúnas e adicional de dutos da Transpetro, e contra a precariedade dos contratos com terceirizadas.

Manifesto da categoria petroleira contra as privatizações e por avanços no Sistema Petrobrás

Nós, petroleiros e petroleiras do Norte Fluminense, manifestamos a nossa indignação em relação à perpetuação insolente de gestores e de modelos de gestão no Sistema Petrobrás que contrariam os interesses maiores do povo brasileiro e o programa de governo vitorioso nas urnas em 2022.

Contrariando diretrizes do governo, bolsonaristas que ainda estão no comando da empresa insistem em manter cronogramas de privatizações de áreas da empresa, conforme anúncio do último dia 17. Mesmo com determinação recente de suspensão das privatizações, prosseguem com as entregas da Lubnor (CE) e de polos produtores no Espírito Santo e no Rio Grande do Norte.

Enquanto seguem com a destruição do patrimônio público, tentam travar avanços em muitas áreas que atingem diretamente a categoria, como as que envolvem as transferências, a segurança e habitabilidade das unidades, o caos aéreo, a incorporação dos trabalhadores do terminal de Cabiúnas e adicional de dutos da Transpetro, além dos contratos precários em empresas que não garantem plano de saúde para os terceirizados e seus familiares.

Danosa para o país e sem legitimidade eleitoral, a agenda bolsonarista na empresa precisa ser eliminada de uma vez por todas, para que a Petrobrás volte a ter como prioridade o desenvolvimento brasileiro com justiça social. Até o momento apenas o presidente da companhia foi trocado, sendo urgente que o restante da gestão também mude para que seja adequada aos novos tempos.

Por esta razão estamos mobilizados e, cumprindo o papel histórico de defesa da Petrobrás e do país, resistiremos até que a vontade do povo expressa nas urnas seja efetivamente implementada na gestão da companhia.

Petroleiros e petroleiras do Norte Fluminense – Março de 2023

 

Confira chapa inscrita para as eleições do NF

A Junta Eleitoral que coordena o pleito para a Diretoria Colegiada e o Conselho Fiscal do Sindipetro-NF para o triênio 2023/2026 divulgou na segunda, 20, a única chapa inscrita. Como previsto no calendário eleitoral, o prazo para inscrições terminou às 17h do último dia 17.

De acordo com o artigo 22 do Estatuto da entidade, o prazo para impugnações é de cinco dias úteis e foi marcado para o período de 27 a 31 de março de 2023. Os eventuais pedidos de impugnação deverão ser protocolados na sede de Macaé do Sindipetro-NF (Rua Tenente Rui Lopes Ribeiro, 257 – Centro, Macaé/RJ), entre 9h e 17h.

Chapa 1

COORDENAÇÃO GERAL
Tezeu Freitas Bezerra
DEPARTAMENTO DE FORMAÇÃO
Benes Oliveira Neves Júnior (Coordenador)
Luiz Carlos Mendonça de Souza
Matheus Santos Gama Nogueira
DEPARTAMENTO ADMINISTRATIVO
Guilherme Cordeiro Fonseca (Coordenador)
Déborah Santos Corrêa Simões
Jônathas Emanoel Maia França
DEPARTAMENTO DE APOSENTADO(A)S E PENSIONISTAS
Antônio Alves da Silva – Tonhão (Coordenador)
Marcos José Dias Botelho
Jocimar dos Santos Souza
Francisco Antônio Oliveira Santos da Silva – Chicão
DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR E DE MEIO AMBIENTE
Alexandre de Oliveira Vieira (Coordenador)
Robson Botelho Nunes Júnior
Anderson Gonçalves da Silva
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO
Tadeu de Brito Oliveira Porto (Coordenador)
Johnny Silva de Souza
Marcelo Nunes Coutinho
DEPARTAMENTO DE CULTURA, ESPORTE E LAZER
Bárbara Suely da Silva Bezerra (Coordenadora)
Rafael Dutra Mayerle
Hilton Gomes de Almeida
DEPARTAMENTO JURÍDICO
Alessandro de Souza Trindade (Coordenador)
Eliane Pinto Martins Carvalho
Cleverton Lima Resende
DEPARTAMENTO FINANCEIRO
Sergio Borges Cordeiro (Coordenador)
Jorge Raimundo Campos Silva Filho
André de Lima Coutinho
DEPARTAMENTO DOS TRABALHADORES DO SETOR PRIVADO
Eider Cotrim Moreira de Siqueira (Coordenador)
Jancileide Rocha Morgado – Leide
Marcelo Maia de Azevedo Py
Giovana Soares de Souza
CONSELHO FISCAL
Titulares
Marcos Frederico Dias Brêda
Wilson Roberto Fernandes dos Santos
Magnus Fonseca de Souza
Samuel Henrique Pereira dos Santos
Marcelo Abrahão de Mattos
Suplentes
Vanilda Maria Ribeiro S. Queiroz
Genusa de Souza Dutra Carneiro
Luciano Amaro Ribeiro da Silva Vaz
Luiz Carvalho – Juruna
Antonio Raimundo Teles Santos

 

SAIDEIRA

Participe da Mostra Cultural Feminina do NF nesta quinta

O NF promove nesta quinta, 23, a partir das 18h, no Teatro da entidade em Macaé, a Mostra Cultural Feminina do Sindipetro-NF. O evento contará com apresentações de Dança do Ventre com Fábia Shufi, do Coral Mater Vocem e de três esquetes – A Hora Das Meninas, com as atrizes Cássia Gomes, Scarpi, Josie Schuenk, Sofia Gomez; Romualdo Ângelo – Um Nome Tatuado, com Kelly Tavares e Eu Negra, com Cláudia Byspo. A coordenação de produção artística é de Janaina Mendes, da Inspira Projetos Artísticos.

Para assistir ao evento é necessário fazer inscrição no link is.gd/mostra230323. As inscrições são limitadas em 180 pessoas, a capacidade do Teatro do NF.

A atividade faz parte da programação do Mês da Mulher, que tem contado com eventos promovidos ou apoiados pelo sindicato. Na categoria, uma das atividades tem sido os cafés da manhã ou da tarde nas bases e nas sedes do NF. No último dia 16, por exemplo, o Departamento de Cultura, em conjunto com o Departamento dos Aposentados, realizou o café da tarde com as aposentadas e pensionistas, reunindo cerca de 30 pessoas. As diretoras do NF, Jancileide Morgado e Bárbara Bezerra, participaram da atividade e ficaram bem satisfeitas. “É muito bom ter esse espaço que o sindicato dá para termos uma troca de experiências. É muito bom conhecer cada uma e poder dialogar um pouco mais”, disse a diretora Jancileide Morgado.

 

NORMANDO

Se vem da “IG Farben” é bom

Normando Rodrigues*

Investigações sobre o trabalho escravo em Uruguaiana (RS) apontaram a BASF como a responsável no topo da cadeia produtiva. Mas “ninguém sabia”.

101 anos atrás, publicitários brasileiros criaram para outra empresa alemã, a farmacêutica Bayer, o famoso bordão “se é Bayer é bom”. E 3 anos depois, em 1925, a Bayer e uma série de empresas do ramo químico se aglomeraram na gigantesca IG Farben, sediada em Frankfurt-sobre-o-Meno. Foi por 20 anos a maior empresa fora dos EUA e a 4ª maior do mundo.

Antes do governo Hitler a IG Farben já discriminava judeus e privava da amizade de figurões do partido fascista alemão. Não por jogada de marketing, e sim por opção ideológica.

A empresa participou da construção do colossal matadouro humano de Auschwitz e fabricou o gás mortal usado nas câmaras da morte, o famoso Zyklon B.

Nos julgamentos de Nurembergue, 22 diretores da IG Farben foram réus, dos quais 13 condenados a prisão por até 8 anos. Saiu muito barata a participação no genocídio de judeus, eslavos, ciganos, esquerdistas, homossexuais e Testemunhas de Jeová.

Em 1952, durante a reconstrução da Alemanha, a enorme organização foi dividida em AGFA, Bayer, BASF e Hoechst, quatro grandes empresas com o Holocausto no DNA o suficiente para que, durante os protestos contra a Ditadura militar brasileira, se pudesse ler pichações do tipo “Zyklon B: se é Bayer é bom”.

Das quatro, a BASF, que sempre teve presença acentuada no agro, acaba de ser flagrada no topo da cadeia produtiva responsável pela escravização de 89 brasileiros – incluídos 11 adolescentes – na cultura de arroz das fazendas Santa Adelaida e São Joaquim, em Uruguaiana (RS).

Que o governo Bolsonaro incentivou a escravização, é certo e sabido. Muitos mais, contudo, têm suas digitais nessa bestialidade, a começar pelo deputado federal Luiz Philippe, herdeiro dos parasitários Orleans e Bragança.

O autoproclamado príncipe considera que a escravidão “faz parte da nossa natureza… do ser humano”, e pretende a extinção do Ministério Público do Trabalho. Sua proposta já reuniu 66 assinaturas, a maioria das quais, curiosamente, de representantes do RS e de SC.

Afinal, combater a escravidão é coisa de governo comunista, fantasma que assombra 44% dos brasileiros, segundo a pesquisa do Ipec. Terror que, por sua vez, sopra as velas dos navios escravistas que chegam a Duque de Caxias e Campos dos Goytacazes (RJ), conforme casos divulgados apenas nos últimos dias.

Linha comum à defesa de todos os escravistas tomadores do trabalho, desde a BASF até os fabricantes de cigarros falsificados, passando pelos vinhedos do Sul: “eu não sabia!”
Os diretores da IG Farben disseram exatamente a mesma coisa, perante o Tribunal de Nurembergue.

* Assessor jurídico do Sindipetro-NF e da FUP. [email protected]

 

ATO LEMBRA P-36 – Ato no Farol no último dia 15 marcou a passagem dos 22 anos da P-36 com homenagem às famílias das vítimas. A categoria petroleira agradeceu aos familiares dos 11 trabalhadores mortos, por estas mais de duas décadas de participações em atividades do sindicato em defesa da vida. Alguns dos familiares também participaram de uma edição emocionante do NF ao vivo da semana passada.

 

1281merge