Nascente Retrospectiva 2017 – Setor Privado

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Nascente Retrospectiva Setor Privado 2017

 

 

Editorial

Em tempos de golpe, categoria resistiu

Os ataques à classe trabalhadora foram intensos durante o ano de 2017. O Congresso Nacional aprovou e o presidente golpista aprovou a Reforma Trabalhista que joga no lixo conquistas importantes da classe trabalhadora.
Há alguns anos, os trabalhadores do setor petróleo na Bacia de Campos vem sentindo a redução das atividades no setor, o que impactou nos Acordos e trouxe um nível grande de desmprego, além do aumento do trabalho informal.
No ano passado foram fechados oito Acordos de 19 empresas e na maioria, conseguiu repor a inflação do período.
A greve do setor de WP da Halliburton movimentou o Sindipetro-NF e foi um momento que marcou o setor ainda no primeiro semestre, ao mostrar a importância da união da classe trabalhadora.
Em outubro, aconteceu na FUP Encontro Nacional do Setor Privado para elaboração de modelos de Acordo Coletivo por segmento (sondagem, serviços, etc) e a necessidade de priorizar a representação dos petroleiros terceirizados, nos serviços permanentes. O encontro reuniu representantes do Sindipetro-NF, Sindipetro BA, Sindipetro ES, Sindipetro AM e Sindipetro RN, FUP, assessoria jurídica e Dieese no auditório do Sindicato dos Bancários, no Rio de Janeiro.
O final do ano foi marcado por diversas mobilizações para pressionar a Perbras a voltar a negociar seu ACT com o Sindipetro-NF. A pressão segue ainda em 2018.

O ano nas manchetes do Nascente

132 – 22 de fevereiro – Portões trancados na Baker Campanha
133 – 14 de março –  Trancaço legal nos portões da Baker/BJ Campanha
134 – 29 de março – Assembleias da Falcão avaliam nova proposta Campanha
135 – 2 de abril – Ampliando a base Sindicalização
136 – 4 de maio – Saybolt tem proposta rejeitada por maioria Campanha
137 – 13 de junho – Gestão temeraria mata três trabalhadores em NS-32 Luto
138 – 11 de julho – Quem assume a frente do setor Sindicalização
139 – 25 de julho – Categoria quer representação do NF Sindicalização
140 – 15 de agosto – NF negocia cumprimento de acordo Campanha
141 – 30 de agosto – Nenhum direito a menos nas negociações Campanha
142 – 19 de setembro – Aprovado ACT por ampla maioria Campanha
143 – 3 de outubro – Hoje é dia de luta pela soberania Mobilização
144 – 18 de outubro – Encontro organiza categoria em todo país Mobilização
145 – 31 de outubro – Categoria exige NF na negociação Campanha
146 – 14 de novembro – Trancaço na Perbras impacta base do PT Campanha
147 – 29 de novembro – ACT 2017: começa negociação Campanha
148 – 12 de dezembro – Perbras: quatro bases paradas em um dia Campanha

Movimentos

Contra os efeitos do golpe

Ano inteiro foi tomado por mobilizações para resistir às contrarreformas

Sindicatos e movimentos sociais estiveram o ano inteiro nas ruas e em Brasília para resistir à sucessão de golpes contra os direitos dos trabalhadores. Foi um 2017 difícil que, até seu final, ainda trazia a ameaça de votação da contrarreforma da Previdência, que segue até hoje. Foram muitas as perdas, como a contrarreforma trabalhista e o escancaramento da ter-ceirização, mas nada disso sob silêncio.
Um dos mais intensos momentos de luta neste ano foi a greve geral de 28 de abril, que teve forte adesão da categoria petroleira — a data também foi lembrada por ser a do dia dedicado à Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho. O sindicato saudou a grande participação das bases no movimento: Na Bacia de Campos, foram 30 plataformas no movimento, além das bases de Cabiúnas (com corte de rendição) e administrativas (onde houve piquetes e falta ao trabalho). Em Campos e em Macaé, atos públicos com grande participação dos trabalhadores contribuíram para alertar a sociedade sobre os sucessivos golpes contra os trabalhadores. A CUT avaliou a greve como sendo a maior dos últimos 100 anos.
Outro grande ato da categoria petroleira contou com cerca de mil militantes na frente do Edise, no dia 8 de junho, entre eles centenas do Norte Fluminense. O protesto defendeu a saída imediata de Pedro Parente da presidência da Petrobrás e de toda a sua diretoria privatista.

Lula em Campos

O ano na região também foi marcado pela passagem da Caravana Lula pelo Brasil, em Campos dos Goytacazes, nos dias 5 e 6 de dezembro, com ato público na Praça do Liceu e visita ao Instituto Federal Fluminense.

Capa

Greves e manifestações marcam o ano

O ano de 2017 não foi fácil para categoria. A palavra crise marcou presença nas empresas, que insistem em usar esse contratempo para dificultar as negociações, insistindo em propostas com reajustes abaixo da inflação.
A Baker foi um dos casos mais delicados durante o ano. A categoria realizou diversos atos cobrando a empresa, inclusive um trancaço, no dia 15 de fevereiro. Tal atitude ocorreu por conta da intransigência da gestão em não atender a revindicação da categoria, que tinha como meta a reposição da inflação de maio de 2016, que é de 9,3%, segundo o DIEESE. O caso acabou parando na justiça. Na ocasião, a juíza do trabalho de Macaé, Astrid Silva Britto decidiu extinguir o pedido de interdito proibitório impetrado pela Baker, sem julgamento do mérito, julgando improcedente o pedido de multa solicitado pela empresa.
Na Halliburton, depois de 12 dias de greve, os trabalhadores do setor de WP da Halliburton decidiram em assembleia realizada no dia 05 de junho, suspender o movimento grevista por 90 dias. O Sindipetro-NF agora está aguardando a agenda do RH e assessoria jurídica para retomar a mesa de negociação. A empresa precisa não só apresentar uma proposta para o acordo coletivo como também para fechamento da discussão com a WP. Sobre o ACT, os representantes da Halliburton não apresentaram uma contraproposta às reivindicações de ganho real mais reposição inflacionária dos benefícios econômicos.

Pebras

Apesar dos diversos protestos da categoria petroleira, a Perbras se negou a negociar com a FUP e com o NF e fechou de forma antidemocrática um ACT de 0%, com outro sindicato, o que prejudica a categoria.
A FUP e seus sindicatos lutam pela manutenção do atual Acordo Coletivo de Trabalho, com a recuperação das perdas inflacionárias nos salários e benefícios e contra as práticas antissindicais da Perbras. Além dos protestos da Bahia e no Espírito Santo, No último dia 6 de novembro, a FUP e sindicatos petroleiros, como o Norte Fluminense, Bahia e Espírito Santo, realizaram um ato no Parque de Tubos, em Macaé, também contra a exclusão do NF das mesas de negociação com a Perbras.

 

SMS

Insegurança continua a matar no NF

Ainda não foi em 2017 que a Petrobrás e demais empresas do setor petróleo demonstraram aprender com as tragédias nesta atividade. Somente na Bacia de Campos, neste ano, seis petroleiros morreram em seus locais de trabalho — três em decorrência da explosão no NS-32 e outros três caracterizados como causa natural. E no final de 2017 um trabalhador desapareceu após queda ao mar, próximo à SS-85.
Em fevereiro, o sindicato denunciou o caso de um trabalhador de P-53 que, mesmo passando mal, teve que esperar três dias para ser desembarcado. O ano seguiu com muitos casos que refletiram a negligência das empresas com a segurança dos seus trabalhadores, como mostraram notícias e manifestos da categoria.
Entre as matérias publicadas pelo NF que trataram da insegurança estão as que abordaram a interdição de P-40, o acidente com helicóptero em P-37 que deixou quatro feridos , a lembrança dos 16 anos da tragédia da P-36 , o “pouso brusco” de uma aeronave na SS-86 , as denúncias de insegurança na P-33 e na UMS Cabo Frio, as mortes no NS-32 , os casos de mortes por probelmas de saúde nos locais de trabalho e o incêndio nas proximidades da UTGCAB.

Eventos do NF

Formação para a mobilização

O Sindipetro-NF utilizou as suas sedes e a presença nas bases petroleiras para realização de atividades de conscientização, formação e integração também em 2017. Como tem feito ao longo dos anos, a entidade aproveitou datas significativas no calendário dos movimentos sociais e das lutas populares para promover o debate de temas essenciais.
Entre os destaques dos eventos do NF neste ano estão as comemorações pela passagem do Dia Internacional da Mulher (com programação de 7 a 10 de março), o 13º Torneio de Futsal do Sindipetro-NF (aberto em agosto), as setoriais e os Cafés da Manhã nas bases (iniciados em outubro), o curso Pindorama, sobre como fazer leitura de conjuntura (outubro), e a exibição de filme e debates para marcar o 20 de Novembro, Dia da Consciência Negra (com evento em 22 de novembro) nas sedes de Macaé e Campos.

Eleições no NF

Categoria dá aula de democracia

Em um processo que começou em 3 de março, com a publicação, no Nascente 981, do edital que chamou a assembleia da eleição da Junta Eleitoral, a categoria petroleira escolheu, em votação de 29 de abril a 19 de maio, a diretoria do Sindipetro-NF para o mandato 2017/2020.
A apuração acontece já no dia 20 de maio. Com 3.511 votos (64,78%), a Chapa 1- Democracia e Luta – foi a vencedora . A Chapa 2 – Chapa da categoria – Vamos mudar o Sindipetro-NF – obteve 1.907 votos (35,18%). A participação total foi de 5.565 votos, com brancos, nulos e em separado.
A nova diretoria, coordenada pelo petroleiro Tezeu Bezerra, foi empossada em grande evento de resistência política em 2 de julho, com a presença do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e diversas outras lideranças partidárias e dos movimentos sindical e social.