NF avalia que 2022 precisa ser ano da virada para livrar o país do terror bolsonarista

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O Sindipetro-NF encerra o ano de 2021 apontando para as muitas lutas de 2022: não permitir a privatização da Petrobrás, manter o combate aos sucessivos crimes do governo Bolsonaro contra a população e ter papel importante no diálogo com a sociedade sobre as eleições presidenciais e para o Congresso Nacional.

A entidade tem como perspectiva um ano muito difícil, com um processo eleitoral duro — provavelmente ainda mais tenso que o de 2018 —, mas será necessária toda a inteligência política e maturidade da categoria petroleira, que sabe, fruto dos seus muitos anos de luta, que a política sindical não está descolada das demais frentes de disputa.

Como registrado no editorial da última edição do Nascente em 2021, “junto ao desejo de um final de ano de paz e de solidariedade, o Sindipetro-NF manifesta os votos de que estes dias sejam devotados a um recarregar de energias e de esperanças para que 2022 seja de transformações. Sabemos que podemos fazer do Brasil um país sem miséria, sem fome, onde riquezas como a do petróleo sejam usadas para promover o acesso à saúde, à educação e a um futuro melhor para todas as famílias”.

“Sabemos da Petrobrás e do setor petróleo que construímos e mantemos com o nosso suor, com a força do nosso trabalho, e do quanto esse grande empreendimento humano é necessário para o Brasil. Entendemos o papel que temos e dele não abrimos mão como atores relevantes na sociedade brasileira”, também registrou o boletim, em nome da entidade.

Conjuntura dramática

O desafio imposto pelas lutas de 2022 está colocado para toda a classe trabalhadora. No Brasil, em caso ainda mais dramático. “No ano de 2021, enfrentamos as consequências do negacionismo de um governo antivacina e anticiência, que levou à morte mais de 600 mil brasileiros, que fez a população voltar a sofrer com a fome, com o aumento da miséria, com os índices recordes de desemprego e com a disparada da inflação. No caso dos petroleiros e petroleiras, a categoria enfrentou as privatizações no Sistema Petrobras e os impactos decorrentes do fechamento e da venda de unidades, em meio à perda de colegas e familiares para a Covid-19”, disse o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, em seu perfil no Instagram.

“Só na estatal, quase 9 mil trabalhadores foram contaminados, o que equivale a mais de 20% dos efetivos próprios da holding. Desde o início da pandemia, 58 petroleiros próprios perderam a vida para a Covid-19, um número que não representa a dura realidade enfrentada pelos trabalhadores terceirizados, que sequer tiveram os casos de contaminação e mortes registrados pela gestão da Petrobrás”, complementou o líder nacional dos petroleiros e petroleiras.

Bacelar lembrou ainda que a miséria dos brasileiros aumenta enquanto a Petrobrás deixa de cumprir o seu papel social, privilegiando os lucros imediatos dos acionistas. A companhia ataca direitos dos trabalhadores e se mantém em acelerado desmonte. O quadro só não é ainda mais grave em razão da resistência da categoria.

“A FUP e seus sindicatos resistiram o quanto puderam aos ataques de uma gestão que é a imagem e semelhança do governo Bolsonaro. Além de greves e mobilizações contra as privatizações, os petroleiros realizaram diversas ações solidárias de subsídio do botijão de gás de cozinha em comunidades periféricas, distribuição de cestas básicas e de refeições em cozinhas solidárias junto com movimentos sociais, além de denúncias sobre os impactos das privatizações, através de ações jurídicas e de participação em audiências públicas, de Norte a Sul do Brasil”, destacou.

O coordenador da FUP, no entanto, se mostra otimista para 2022: “iremos fortalecer essa luta para que seja um ano melhor e possamos colocar um ponto final nesse governo negacionista”.