P-40 e P-43 estão sem condições de habitabilidade e segurança, denuncia sindicato

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no whatsapp

O Sindipetro-NF recebeu neste final de semana relatos dramáticos de trabalhadores das plataformas P-40 e P-43, na Bacia de Campos, sobre o comprometimento das condições de habitabilidade e segurança a bordo. Também há relatos sobre pressão excessiva das gerências e impactos sobre a saúde mental.

Na P-40, uma das principais denúncias é a da precariedade do serviço de hotelaria, especialmente em relação à alimentação. Trabalhadores relatam que as proteínas acabam antes do horário de almoço e de jantar, e, nos lanches, vários ítens também acabam. Além disso, em razão de obras na cozinha, uma cozinha improvisada não atende às condições sanitárias. Na unidade, há precariedade ainda nos banheiros, alguns deles sem condições de uso.

“A situação aqui está insustentável. Estamos com muita dificuldade com a hotelaria. Estamos próximos de um colapso com relação ao serviço. A alimentação que já era de péssima qualidade agora ficou escassa. Chegando ao ponto de faltar proteína, sem pão ou bolo no café da manhã. Pouca variedade nos alimentos, preparo inadequado… resumindo: estamos à beira do colapso. Já conversamos com a liderança mas não obtivemos êxito. Seguimos com as mesmas falhas de forma recorrente”, relata um trabalhador.

Na P-43, há relatos sobre pressões que estão gerando impactos sobre a saúde dos trabalhadores. Neste fim de semana, um técnico desembarcou após três desmaios. “Muita pressão, cobranças não para realizações de trabalho, mas para cumprir metas de carteiras de programações completamente alienadas à realidade da unidade, além da pressão em fazer horas extras, embarque extras sem receber, pelo código 2040”, registra o relato.

A unidade também sofre com os problemas na alimentação e de precariedade das instalações: “os camarotes inundam frequentemente de água, os banheiros coletivos e dos camarotes minam água sabe se lá de onde, água escorre e pinga dos sensores de fumaça dos casarios. Comida só frango e porco, suco só de soja sabor maçã e morango, e só. Pouca quantidade”, relatam os trabalhadores.

De acordo com a Norma Regulamentadora número 37 (NR-37), sobre alimentação a bordo de plataformas, “a operadora da instalação deve garantir que os trabalhadores a bordo tenham acesso gratuito à alimentação de boa qualidade, preparada ou finalizada a bordo, fornecida em condições de higiene e conservação, conforme prevê a legislação vigente”.

Sobre o cardápio, a norma afirma que deve ser “a) variado e balanceado; b) elaborado por profissional nutricionista legalmente habilitado; c) de conteúdo que atenda às exigências nutricionais necessárias às condições de saúde dos trabalhadores; e d) adequado ao tipo de atividade laboral e assegurar o bem-estar a bordo.”

O Sindipetro-NF cobra da Petrobrás a resolução imediata dos problemas relatados pelos trabalhadores e mantém o diálogo com os trabalhadores para que mais relatos possam ser encaminhados para os órgãos fiscalizadores. As denúncias podem ser enviadas para [email protected].