Petroleiros decidem apoiar a greve dos caminhoneiros

Petroleiros decidem apoiar a greve dos caminhoneiros
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A alta nos preços dos combustíveis é um dos dez itens na pauta da greve dos caminhoneiros marcada para começar na segunda-feira (1º de fevereiro). A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos vão apoiar a paralisação, com ações localizadas em todo o País. A greve é encabeçada pela Associação Nacional de Transporte no Brasil (ANTB) e ganhou força com o novo aumento do preço médio da gasolina e do diesel entregues nas distribuidoras, anunciado pela Petrobras.

Além dos preços justos para combustíveis, também estão entre as bandeiras de lutas dos caminhoneiros, com apoio dos petroleiros: o enfrentamento da crise sanitária (ampliação dos recursos para o SUS e defesa das medidas de distanciamento social) e o enfrentamento da crise econômica (retomada do Auxílio Emergencial), defesa do Programa de Proteção ao Emprego; luta contra o Teto dos gatos e contra a Reforma administrativa).

Venda de ativos e os preços dos combustíveis

A venda de ativos no Brasil e o foco na geração de lucro para acionistas, está ampliando a dependência da Petrobras do mercado internacional. O resultado disso é a aceleração dos reajustes de preços dos combustíveis no País, afetando diretamente as classes mais baixas, pelo efeito cascata gerado sobre a inflação de alimentos e outros gêneros de primeira necessidade.

Levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômicos), aponta que o preço médio da gasolina nas refinarias da Petrobras teve alta de 60% entre junho de 2017 até o primeiro mês de 2021, com 197 movimentos de aumento e 174 de decréscimos no preço. O diesel, por sua vez, teve no mesmo período alta de 43%, com 164 aumentos e 126 quedas. Chama atenção o fato de que, neste mesmo período, a variação do preço do barril de petróleo ficou em 16% e a inflação medida pelo INPC (IBGE) em 10%.

“Quando comparamos os reajustes da gasolina e do diesel, nos últimos anos, observamos que o diesel teve um aspecto mais conservador. Mas a oscilação é muito semelhante, evidenciando que a política da Petrobrás de alinhar os preços internos à cotação internacional do barril, traz profunda oscilação e volatilidade ao mercado interno”, afirma Cloviomar Cararine, técnico do Dieese.

 

 

Sindicatos mobilizados pelo impeachment

Além disso, a luta representa um ato da FUP, das Centrais Sindicais e Frentes BrasilPopular e Povo Sem Medo contra a crise política do país, tendo como mote “Fora Bolsonaro, Impeachment Já!”.

Confira abaixo as ações já confirmadas pelos sindicatos ligados à FUP em todo o País (A lista será atualizada nos próximos dias com a decisão de outros sindicatos, por ações de apoio à greve):

  • SINDIPETRO/AM: doação de 40 cestas básicas, com medidas preventivas, levando em conta o lockdown estabelecido na cidade.
  • SINDIPETRO/CE-PI: protesto e campanhas com outdoors, sem aglomerações devido ao agravamento da pandemia da COVID.
  • SINDIPETRO/ES: juntamente com motoristas de aplicativos e motoboys farão carreata do aeroporto até a sede antiga da empresa, com distribuição de voucher de desconto em combustíveis líquidos no final da atividade para até 100 veículos. Limitado a 20 litros para carros e 10 litros para motos. Após a carreata, se juntarão às atividades das Centrais Sindicais previamente programadas.
  • SINDIPETRO/CAXIAS: distribuição de 100 cestas básicas e 1000 máscaras para comunidades carentes da baixada fluminense.
  • SINDIPETRO/MG: doação de 100 botijões de gás para famílias em vulnerabilidade social e atos deliberados juntamente com as Centrais Sindicais.
  • SINDIPETRO/UNIFICADO SP: distribuição de 200 botijões de gás.
  • SINDIPETRO NF – doação de 100 botijões em Padre Miguel.
  • SINDIPETRO/RS: Subsídio de 100 botijões de gás, no Município de Esteio.
  • SINDIPETRO/BA: Ato na RLAM pela manhã, com doação de 200 botijões de gás para famílias em vulnerabilidade social, carreata com motoristas de aplicativos e ato juntamente com as Centrais Sindicais, à tarde