Resposta do Sindipetro-NF ao manifesto da P-55

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Bacia de Campos, 22 de setembro de 2015.

 

O SindipetroNF respeita o posicionamento da P-55 em rejeitar o indicativo de greve, mesmo a plataforma tendo apresentado a ata da assembleia fora do prazo, ou seja, com a greve em si já aprovada pela categoria petroleira do Norte Fluminense. Obviamente, discordamos do ponto de vista apresentado e, nesse sentido, pedimos licença para apresentar aqui nossas ponderações.

Em primeiro lugar gostaríamos de salientar que a greve é a melhor ferramenta que temos para a negociação da Pauta pelo Brasil, no ponto de vista desta direção, corroborado pela categoria (em fóruns como o seminário de greve), uma vez que a Petrobrás já recebeu as revindicações sem dar sequer um passo para iniciar o diálogo tão crucial nesse momento.

Lembramos aos companheiros e companheiras da P-55, que nossa empresa está pronta a realizar uma mudança considerável, com uma nova estrutura já pensada única e exclusivamente por uma diretoria que sempre quis, a todo custo, retirar direitos dos trabalhadores e trabalhadores. Se não oferecermos resistência agora, certamente colheremos péssimas consequências no futuro, quando o projeto idealizado (que não corta regalias dos gerentes) for concretizado.

A própria P-55 é exemplo disso, por ter sido uma plataforma que teve a produção atrasada apenas para se adequar à um modelo de construção, da SBM, que não só retira conforto dos trabalhadores mas também diminui a segurança de quem está a bordo, uma vez que a plataforma foi pensada para abrigar apenas 90 pessoas. A P-55 é um exemplo claro de como o corte de custos, administrado pela alta gerência da empresa, pode afetar diretamente a nossa saúde ocupacional dos trabalhadores.

Sobre o ACT em si, nos permitam também discordar da colocação apresentada. Obviamente, toda negociação ocorre em condições adversas, pois tudo que conseguimos num acordo é fruto da nossa luta e resistência, nada é dado pela empresa. Portanto, um cenário desfavorável é inerente a todos os processos que por ventura iremos participar. Contudo, vale salientar que existem graus, não só de adversidade, mas também do necessário respeito a uma categoria cujo esforço é locomotiva para o desenvolvimento nacional. A proposta da Petrobrás de negociar com uma mesa fatiada, ou seja, diferentemente por empresas do sistema, é um desrespeito a toda história de uma categoria amplamente respeitada nacionalmente de grande bagagem em termos serviços prestados à companhia e a nação. Sendo assim, deixamos claro que nos moldes colocado pela Petrobrás, não iremos dar início as negociações de acordo coletivo.

Ademais, lembramos aos companheiros e companheiras que a nossa Pauta pelo Brasil é robusta o suficiente para buscar novas políticas de efetivo e segurança, cuja pratica atual assola a toda nossa categoria, também para garantir uma Petrobrás integrada e com mudanças que considerem a qualidade de todas as trabalhadoras e trabalhadores e, claro, para assegurar que não ocorra nenhum tipo de retrocesso nas nossas conquistas! Portanto, qualquer medida sugerida pela empresa, via ACT ou não, que traga algum tipo de regressão na nossa relação de trabalho, será efetivamente combatida para que não se consolide.

Por fim, pedimos aos amigos e amigas da P-55 que reconsiderem o indicativo e realizem nova assembléia, aprovando nosso indicativo de greve. A grande maioria das plataformas da bacia de campos aderiram ao movimento, a greve já está aprovada, pelo prazo indeterminado e com início a ser marcado pela FUP em todo o Brasil. Ir a greve juntos nesse momento é essencial para nossa vitória.

 

Cordialmente,


Diretoria Colegiada Sindipetro-NF

 

Link com a notícia e o manifesto de P-55: http://www.sindipetronf.org.br/publicacoes/noticias/item/6443-confira-manifesto-dos-petroleiros-de-p-55