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utilizados, e que estão presentes nos maior prestígio da França, a pesquisa empresas admitiram conhecer a
meios aquáticos no país, não são causou e continua a causar muito polêmica. Nada foi comprovado. O
fiscalizados pelas empresas de barulho, tanto na imprensa quanto no uso do alumínio é permitido pelo
tratamento de água. Elas não são mundo científico. Ministério da Saúde e também pela
obrigadas pelo Ministério da Saúde a Também teve forte impacto um artigo OMS. Se um dia for demonstrado que
fazer o controle. científico dos pesquisadores Chris há risco, com certeza deixaremos de
Em São Paulo e no Rio, os níveis dos Exley, da Universidade Keele, e usar, explicou Jorge Briard, da
produtos químicos listados na Margaret Esiri, da Universidade de Cedae. Além de ser barato, o sulfato
portaria estão dentro dos limites Oxford ambas no Reino Unido de alumínio permite obter uma cor
permitidos. Na verdade, os valores de publicado no Journal of Neurology, transparente, um pouquinho azul,
São Paulo são muitos melhores do Neurosurgery and Psychiatry em bem bonitinha, semelhante à de um
que os do Rio. Isso é uma boa 2006. Quando foi realizada a autóp- rio limpo. Por isso, é bem prático.
notícia? Sim e não. Os processos de sia de Carole Cross, que morreu, aos Ninguém vai se queixar da cor da
transformação química quebram as 59 anos, de Alzheimer, observaram- água.
moléculas tóxicas, fazendo com que se altas concentrações de alumínio no Vale lembrar que a água não é a única
desapareçam. Essa manipulação da seu cérebro. Os autores relacionaram fonte de absorção do alumínio no
água cria outros compostos ou o achado a um acidente que atingiu a corpo. Atualmente a substância
resíduos desconhecidos. Ninguém cidade de Camelford, na Inglaterra, encontra-se em altas concentrações
procura por eles e evidentemente não onde Carole vivia em 1988. Na na comida (nos legumes e especial-
estão na portaria. Hoje ninguém sabe época, 20 toneladas de sulfato de mente nos aditivos alimentares, como
quais são os efeitos dessas molécu- alumínio foram depositadas por conservantes, corantes e
las, diz Fabrice Nicolino, jornalista engano nas tubulações de água estabilizadores), nos cosméticos ou
francês especializado em meio potável. Os pesquisadores não nos utensílios de cozinha. De acordo
ambiente. Mesmo concentrações relacionam diretamente a presença do com a OMS, um adulto ingere cerca
muito baixas de algumas substâncias metal com a doença. Sabe-se, de 5 miligramas de alumínio por dia
podem ser perigosas. contudo, que o alumínio está ligado a apenas da comida. Para a organiza-
alguns tipos de demência, e que ção, os aditivos são a principal fonte
A POLÊMICA DO ALUMÍNIO Carole não tinha antecedentes de alumínio no corpo. Em compara-
familiares com doenças semelhantes. ção, a água traz um volume muito
Como se tiram os poluentes da água? menor: em média 0,1 miligrama por
Tudo começa com um processo PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO litro, o que pode somar 0,3 miligrama
chamado coagulação. Nessa fase, são se você bebe 3 litros por dia. Segun-
adicionados sulfato de alumínio e Faz um bom tempo que as empresas do a entidade, o alumínio na água
cloreto férrico, para agregar as responsáveis pelo tratamento da água representa só 4% do que um adulto
partículas de sujeira presentes. O uso conhecem os perigos do alumínio. Em absorve.
do sulfato de alumínio é muito Paris, a substância deixou de ser Essa relação também é válida para os
polêmico no mundo todo. Ainda que usada nesse processo há mais de 20 agrotóxicos. É bem provável que,
não tenha sido provada uma relação anos. Adota-se o cloreto férrico. A comendo legumes não-orgânicos,
direta entre esse produto químico e a prefeitura da capital francesa resolveu uma pessoa absorva uma quantidade
doença de Alzheimer, vários cientis- fazer a mudança pelo que é conheci- muito maior desses produtos do que
tas europeus defendem que ele é do como princípio da precaução: se ao beber água. Fazer essa compara-
responsável pelo aumento da incidên- existem antecedentes ou experiências ção é muito complicado, porque o
cia do problema nas últimas duas que sugiram um risco, não se espera jeito de contabilizar os agrotóxicos é
décadas. que a ciência comprove isso. É diferente na comida e na água.
Um estudo feito durante oito anos melhor prevenir do que lidar com o Sabemos, porém, que os agrotóxicos
pelo Instituto Nacional Francês de problema depois. são diretamente aplicados nas
Saúde e Pesquisa Médica (Inserm), Quando perguntei à Sabesp e à Cedae plantações, e as medições mostram
em Bordeaux, no sul da França, se achavam possível parar de usar o que estão em proporção maior nos
concluiu que uma forte concentração alumínio, a resposta foi clara. Mas alimentos do que na água.
de alumínio na água, bebida a vida por quê? O produto funciona muito Por conta da grande utilização de
toda, pode ser um fator de risco para bem, disse André Luis Gois medicamentos na criação de animais
o desenvolvimento de Alzheimer. Rodrigues, responsável pela qualida- hoje, os cientistas reconhecem que a
Realizada por um dos centros de de da água na Sabesp. As duas dose diária de absorção de antibióti-
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meios aquáticos no país, não são causou e continua a causar muito polêmica. Nada foi comprovado. O
fiscalizados pelas empresas de barulho, tanto na imprensa quanto no uso do alumínio é permitido pelo
tratamento de água. Elas não são mundo científico. Ministério da Saúde e também pela
obrigadas pelo Ministério da Saúde a Também teve forte impacto um artigo OMS. Se um dia for demonstrado que
fazer o controle. científico dos pesquisadores Chris há risco, com certeza deixaremos de
Em São Paulo e no Rio, os níveis dos Exley, da Universidade Keele, e usar, explicou Jorge Briard, da
produtos químicos listados na Margaret Esiri, da Universidade de Cedae. Além de ser barato, o sulfato
portaria estão dentro dos limites Oxford ambas no Reino Unido de alumínio permite obter uma cor
permitidos. Na verdade, os valores de publicado no Journal of Neurology, transparente, um pouquinho azul,
São Paulo são muitos melhores do Neurosurgery and Psychiatry em bem bonitinha, semelhante à de um
que os do Rio. Isso é uma boa 2006. Quando foi realizada a autóp- rio limpo. Por isso, é bem prático.
notícia? Sim e não. Os processos de sia de Carole Cross, que morreu, aos Ninguém vai se queixar da cor da
transformação química quebram as 59 anos, de Alzheimer, observaram- água.
moléculas tóxicas, fazendo com que se altas concentrações de alumínio no Vale lembrar que a água não é a única
desapareçam. Essa manipulação da seu cérebro. Os autores relacionaram fonte de absorção do alumínio no
água cria outros compostos ou o achado a um acidente que atingiu a corpo. Atualmente a substância
resíduos desconhecidos. Ninguém cidade de Camelford, na Inglaterra, encontra-se em altas concentrações
procura por eles e evidentemente não onde Carole vivia em 1988. Na na comida (nos legumes e especial-
estão na portaria. Hoje ninguém sabe época, 20 toneladas de sulfato de mente nos aditivos alimentares, como
quais são os efeitos dessas molécu- alumínio foram depositadas por conservantes, corantes e
las, diz Fabrice Nicolino, jornalista engano nas tubulações de água estabilizadores), nos cosméticos ou
francês especializado em meio potável. Os pesquisadores não nos utensílios de cozinha. De acordo
ambiente. Mesmo concentrações relacionam diretamente a presença do com a OMS, um adulto ingere cerca
muito baixas de algumas substâncias metal com a doença. Sabe-se, de 5 miligramas de alumínio por dia
podem ser perigosas. contudo, que o alumínio está ligado a apenas da comida. Para a organiza-
alguns tipos de demência, e que ção, os aditivos são a principal fonte
A POLÊMICA DO ALUMÍNIO Carole não tinha antecedentes de alumínio no corpo. Em compara-
familiares com doenças semelhantes. ção, a água traz um volume muito
Como se tiram os poluentes da água? menor: em média 0,1 miligrama por
Tudo começa com um processo PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO litro, o que pode somar 0,3 miligrama
chamado coagulação. Nessa fase, são se você bebe 3 litros por dia. Segun-
adicionados sulfato de alumínio e Faz um bom tempo que as empresas do a entidade, o alumínio na água
cloreto férrico, para agregar as responsáveis pelo tratamento da água representa só 4% do que um adulto
partículas de sujeira presentes. O uso conhecem os perigos do alumínio. Em absorve.
do sulfato de alumínio é muito Paris, a substância deixou de ser Essa relação também é válida para os
polêmico no mundo todo. Ainda que usada nesse processo há mais de 20 agrotóxicos. É bem provável que,
não tenha sido provada uma relação anos. Adota-se o cloreto férrico. A comendo legumes não-orgânicos,
direta entre esse produto químico e a prefeitura da capital francesa resolveu uma pessoa absorva uma quantidade
doença de Alzheimer, vários cientis- fazer a mudança pelo que é conheci- muito maior desses produtos do que
tas europeus defendem que ele é do como princípio da precaução: se ao beber água. Fazer essa compara-
responsável pelo aumento da incidên- existem antecedentes ou experiências ção é muito complicado, porque o
cia do problema nas últimas duas que sugiram um risco, não se espera jeito de contabilizar os agrotóxicos é
décadas. que a ciência comprove isso. É diferente na comida e na água.
Um estudo feito durante oito anos melhor prevenir do que lidar com o Sabemos, porém, que os agrotóxicos
pelo Instituto Nacional Francês de problema depois. são diretamente aplicados nas
Saúde e Pesquisa Médica (Inserm), Quando perguntei à Sabesp e à Cedae plantações, e as medições mostram
em Bordeaux, no sul da França, se achavam possível parar de usar o que estão em proporção maior nos
concluiu que uma forte concentração alumínio, a resposta foi clara. Mas alimentos do que na água.
de alumínio na água, bebida a vida por quê? O produto funciona muito Por conta da grande utilização de
toda, pode ser um fator de risco para bem, disse André Luis Gois medicamentos na criação de animais
o desenvolvimento de Alzheimer. Rodrigues, responsável pela qualida- hoje, os cientistas reconhecem que a
Realizada por um dos centros de de da água na Sabesp. As duas dose diária de absorção de antibióti-
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