Sindipetro-NF e Prefeitura de Campos discutem preocupação com afretamentos de plataformas

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no whatsapp

O Sindipetro-NF recebeu hoje em sua sede de Campos dos Goytacazes o secretário municipal de Petróleo, Gás e Inovação Tecnológica, Marcelo Neves, para reunião com o coordenador geral da entidade, Tezeu Bezerra, e com o coordenador do Departamento Administrativo, Guilherme Cordeiro. O sindicato e a Prefeitura de Campos estão preocupados com os efeitos do afretamento de plataformas na indústria do petróleo.

Bezerra explica que tem mantido encontros com representantes dos municípios da região — como o ocorrido em janeiro passado com o prefeito de Macaé, Welberth Rezende — para dialogar sobre os impactos dos afretamentos e para contribuir na mobilização por mais investimentos diretos da Petrobrás na Bacia de Campos.

Em Campos, o sindicato recebeu convite e já aceitou participar de um Conselho Municipal de Qualificação e Emprego, que está sendo montado pela secretaria de mesmo nome, onde estes temas também serão debatidos.

“É um caos o afretamento. Ele traz mão de obra de fora, todas as questões de segurança são muito aquém, assim como a questão econômica, e é prejudicial para a própria Petrobrás. Regionalmente a gente tem visto isso. Hoje, por exemplo, em Marlim, houve a saída de dez plataformas próprias, com trabalhadores que eram daqui da região, que foram substituídas por duas afretadas. Você tinha, só embarcados, em torno de 8 mil trabalhadores, e hoje tem em torno de 600”, explica Tezeu.

Na reunião de hoje, Neves e os diretores do Sindipetro-NF definiram uma agenda de reuniões e de outras atividades para fortalecer o debate sobre as questões que envolvem a indústria do petróleo e seus efeitos para a região.

“Nós estamos acompanhando já há algum tempo essa questão relativa ao afretamento e ao conteúdo local e é uma coisa que nos preocupa bastante, porque afeta a parte econômica do município, relativa à parte de emprego, circulação de renda local, além, claro, do repasse das participações governamentais, como royalties e PEs [Participações especiais] que têm sido achatados cada vez mais”, afirma Marcelo Neves.

O secretário municipal também registrou a sua preocupação com a redução dos valores dos royalties e participações especiais do petróleo, em decorrência da redução da produção de petróleo e gás nos campos maduros da Bacia de Campos.

“Outra coisa que nos preocupa bastante é a questão cada vez mais do adiamento da revitalização dos campos maduros da Bacia de Campos, um processo que tem sido discutido há bastante tempo mas os efeitos têm demorado a chegar nos municípios. Embora todos os municípios da Bacia de Campos estejam fazendo o seu dever de casa em aumentar a arrecadação própria, a arrecadação relativa a royalties e participações especiais é um direito do município relativo a todo ônus que é causado pela exploração de petróleo”, explica Neves.

A sequência do diálogo sobre a preocupação com os afretamentos e a necessidade de novos investimentos na Bacia de Campos vai se dar com novas reuniões e eventos previstos para os próximos meses.

“A partir dessa reunião já estamos agendando outros compromissos, inclusive com o pessoal do [Governo do] Estado para a gente debater mais fortemente isso. Temos certeza que é uma pauta que os prefeitos aqui da região tem muito interesse em estar discutindo, que é uma pauta conjunta, e vamos avançar nisso”, conclui o secretário.

[Foto: Luciana Fonseca / Imprensa do NF]