Trabalhadores de P-63 enviam manifesto confirmando insegurança

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Os trabalhadores de P-63 realizaram uma assembleia ontem, 28, para avaliar a situação da unidade, denunciada ontem pelo sindicato, e atualizada pela categoria em manifesto encaminhado ao NF, que publicamos na íntegra abaixo.

Leia o manifesto de P-63:

A P-63 teve uma semana de anormalidades diárias. Neste período ocorreram: AVS ou SD4, SD2, vários “blackout’s”, disparo das bombas de incêndio, disparo do sistema de dilúvio, problema de entrada automática dos geradores de emergência e essencial no barramento, problema de partida de um dos geradores essenciais, problema com o sistema hidráulico para abertura de uma das válvulas da bomba de captação de água do mar e problema de fechamento dos disjuntores de interligação dos seis barramentos do painel de 13800V da geração principal. 

No último sábado às 20h30 ocorreu um AVS com toque de abandono e na madrugada de domingo houve uma sequência de “blackout’s”, onde após ser alimentada toda a planta, ela caia novamente. Na segunda-feira ocorreu um alarme de fumaça na casa dos motores das bombas de captação que disparou o alarme intermitente. Isto foi uma pequena amostra do que aconteceu na P-63 num período de uma semana contada a partir da terça-feira, 20/03/2018. O sistema de automação da plataforma não está confiável e não consegue identificar a causa da maioria dos eventos. 

A P-63 fornece energia para a P-61 e por causa destes vários “blackout’s”, sem uma causa identificada, foi decidido que não seria restabelecida a alimentação para a P-61. Por isso, ela se encontra alimentada pela sua própria geração de emergência até este momento.A produção de óleo e gás da P-61 e P-63 está parada desde o AVS ocorrido no sábado e o gerente da base está a bordo da P-63. 

Dos seis geradores principais somente dois estão operacionais e das quatro bombas de captação de água do mar apenas uma está operacional. Além disso, estamos com a Unidade de Tratamento de Esgotos (UTE) funcionando há mais de três meses sem injeção de produtos químicos na saída, portanto, sem fazer o tratamento do esgoto que é lançado no mar.Não bastando isto, a comissão que investigou a causa do rompimento desta UTE determinou que a válvula do ladrão da UTE ficasse aberta. Com isto, toda a vez que a UTE tem um aumento rápido de volume, este esgoto é lançado no poçeto da praça de maquinas. Só não podemos falar que virou um esgoto ao céu aberto porque a praça de máquinas é fechada, com uma temperatura media de 40°C e alta umidade o que contribui para a proliferação das bactérias existentes no esgoto. Ainda assim na praça de máquinas trabalham cinco operadores constantemente e estão expostos a este esgoto. Na terça-feira, 20/03/2018, foi lançado esgoto novamente no poçeto. A CIPA cobrou posicionamento do Geplat e até agora não obtivemos resposta, já tem uma semana, e os trabalhadores da praça de máquinas continuam expostos ao risco.

Nesta quarta-feira, 28/03/2018 por volta das 9h, dois sensores detectaram presença de fumaça no segundo piso do módulo de painéis elétricos M90. O alarme intermitente foi tocado mais uma vez levando os residentes para o ponto de reunião. O motivo do alarme foi um dano na UPS devido ao superaquecimento da sala. No segundo piso deste módulo também há uma sala de transformadores onde todos os ventiladores estão danificados. Novamente, por volta das 15h, o alarme voltou a soar. Desta vez, quatro sensores detectaram a presença de fumaça no segundo piso do módulo de painéis elétricos M90 pelo mesmo motivo acima relatado.

Os trabalhadores estão preocupados com a segurança, devido ao grande número de eventos num curto período de tempo. Não houve um dia, nos últimos oito, sem um “blackout” ou alarme na P-63.