A direção da FUP e seus sindicatos filiados – Em uma das mais difíceis conjunturas política e econômica da história do país, os petroleiros reúnem-se entre os dias 01 e 05 de agosto, no Rio de Janeiro, para deliberar sobre questões fundamentais para o futuro da categoria. Com o tema “Petroleir@s pelo Brasil: Reagir, Lutar, Vencer”, a VII Plenária Nacional da FUP (Plenafup) será realizada na região da Lapa, no Centro histórico da capital de um dos estados mais afetados pela entrega dos campos de petróleo e pelas privatizações no Sistema Petrobrás. O setor naval fluminense, que chegou a empregar cerca de 30 mil trabalhadores em 2014, hoje gera menos de oito mil postos de trabalho.
Em tempo recorde, os golpistas conseguiram desmontar o projeto nacional de soberania e de desenvolvimento, que tinha a Petrobrás e o Pré-Sal como principais alicerces. Não faz muitos anos, a petrolífera brasileira despontava entre as maiores empresas de energia do planeta e o Pré-Sal era tido como o passaporte que garantiria o futuro do país. Hoje, a estatal está sendo esfacelada e privatizada a toque de caixa, enquanto a maior descoberta de petróleo da atualidade é entregue de bandeja às multinacionais.
Frear o desmonte da Petrobrás e a retirada de direitos
Com uma greve por tempo indeterminado aprovada nacionalmente, os petroleiros discutirão na VII Plenafup alternativas de resistência ao desmonte promovido pelos golpistas. A reconquista do Estado Democrático permeia a defesa dos direitos da classe trabalhadora e da soberania nacional. Os petroleiros, assim como outros trabalhadores de empresas estatais, enfrentam as privatizações e uma avalanche de ataques a direitos, que colocam em risco a manutenção dos empregos, a Petros, a AMS e o próprio Acordo Coletivo, através de ações unilaterais da gestão da Petrobrás, como o PCR e o O&M.
Solenidade de abertura será na quadra da Tuiuti
A quadra da escola de samba Paraíso do Tuiuti será palco da solenidade de abertura da VII Plenafup, na noite da próxima quarta-feira, 01/08. Os petroleiros não poderiam ter um local mais inspirador para iniciar os debates políticos que darão o tom desta plenária. A escola de samba do bairro operário de São Cristóvão, na Zona Central do Rio, surpreendeu o país no carnaval deste ano com um enredo repleto de críticas ao golpe.
Com o enredo “Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?”, a agremiação questionou os 130 anos da Lei Áurea e denunciou a atual escravidão criada pelas reformas trabalhista e da Previdência. Uma alegoria gigante de Michel Temer caracterizado como “vampiro” desfilou pelo Sambódromo, ao lado de “manifestantes fantoches” fantasiados de paneleiros com camisetas da CBF e de patos da Fiesp controlados pelas mãos gigantes da mídia.
O samba-enredo, considerado um dos melhores do ano, caiu no gosto popular com refrãos emocionantes, como “Não sou escravo de nenhum senhor/Meu paraíso é meu bastião/Meu Tuiuti, o quilombo da favela/ É sentinela na libertação” e “Meu Deus, meu Deus/Se eu chorar, não leve a mal/Pela luz do candeeiro/Liberte o cativeiro social”.
A escola conquistou o segundo lugar e promete para o carnaval de 2019 mais críticas ácidas, com o enredo “O Salvador da Pátria”, que contará a história do bode Iôiô, eleito vereador em Fortaleza, nas eleições de 1922, em um protesto feito pela população. “Vendeu-se o Brasil num palanque da praça/E ao homem serviu ferro, lodo e mordaça…/Vendeu-se o Brasil do sertão até o mangue/E o homem servil verteu lágrimas de sangue/Do nada um Bode vindo lá do interior/Destino pobre, nordestino sonhador/Vazou da fome, retirante ao Deus dará/Soprou as chamas do dragão do mar”, diz o samba divulgado recentemente pela Tuiuti e que dá pistas do que está por vir.
Fonte: Imprensa FUP