Durante a edição de ontem, 17, do programa NF ao Vivo, o coordenador geral do Sindipetro-NF, Sérgio Borges, fez duras críticas à atual política de contratação da Petrobrás e destacou os impactos diretos desse modelo na vida das trabalhadoras e trabalhadores terceirizados.
Na transmissão, Sérgio reforçou que uma das pautas centrais da greve da categoria é justamente a melhoria da política de contratação da estatal, com destaque para a retomada do Fundo Garantidor em Dobro — mecanismo que, no passado, ajudava a proteger os direitos dos trabalhadores terceirizados e a evitar calotes, atrasos salariais, falta de pagamento de férias e outras verbas trabalhistas.
Segundo o coordenador, a retirada desse instrumento ocorreu durante o período de políticas de austeridade adotadas nos governos Temer e Bolsonaro, abrindo caminho para o avanço da precarização nas empresas prestadoras de serviço. “Uma das pautas centrais que a gente briga aqui é a melhoria da política de contratação da Petrobrás. Nesta campanha, a gente tem na nossa pauta reivindicatória a volta do Fundo Garantidor, que era um item que blindava ou pelo menos reduzia os calotes que as empresas prestadoras de serviço davam em seus próprios empregados”, afirmou Sérgio Borges.
Ele ressaltou que, desde o fim do Fundo Garantidor, o sindicato tem acompanhado uma sequência de denúncias envolvendo atrasos de salários, férias e não pagamento de verbas rescisórias, situação que atinge diretamente milhares de trabalhadores terceirizados.
Sérgio citou casos emblemáticos para ilustrar o nível de precarização enfrentado pela categoria, como o episódio envolvendo a empresa LCD, no qual um trabalhador chegou a se ajoelhar em frente a uma unidade da Petrobrás em um gesto de desespero diante da falta de pagamento. “Hoje a gente se depara com um monte de empresa que atrasa salário, férias, que não paga as verbas rescisórias. Chegamos ao ponto de ver um trabalhador se ajoelhar em frente a uma das sedes da Petrobrás, se humilhando porque não tinha nem como pagar as próprias contas”, denunciou.
Para o Sindipetro-NF, a retomada do Fundo Garantidor em Dobro é uma medida fundamental para responsabilizar a Petrobrás por sua cadeia de contratação e garantir condições dignas de trabalho aos prestadores de serviço. “Temos itens na pauta que dialogam diretamente com a melhoria da política de contratação e, consequentemente, com melhores condições de vida e trabalho para os terceirizados da Petrobrás”, concluiu o coordenador.
O sindicato reafirma que a luta por um Acordo Coletivo forte e por mudanças estruturais na política de contratação da estatal é essencial para combater a precarização e assegurar direitos a toda a categoria petroleira, próprios e terceirizados.











