Petroleiro lotado na base da Petrobrás em Imboassica, Macaé, o diretor do Sindipetro-NF Anderson Silva tem mantido uma interolcução muito próxima com o segmento da categoria formado pelos petroleiros e petroleiras das áreas administrativas — especialmente o próprio Parque de Tubos e Imbetiba.
Nesta greve, que tem mostrado força total nas plataformas da Bacia de Campos, com 100% de adesão das unidades marítimas operadas pela Petrobrás, e em Cabiúnas, com o corte de rendição, os petroleiros das bases administrativas podem não parecer tão engajados, mas os retornos recebidos pelo sindicato mostram o contrário: a cada dia cresce a participação por meio de iniciativas guerreiras, individuais ou de pequenos grupos.
Para entender a especificidade da greve entre os petroleiros administrativos, a Imprensa do NF entrevistou Anderson Silva, que fala sobre as dificuldades do movimento em cenário de teletrabalho, sobre o papel das redes sociais e outras formas de interação digital, entre outros pontos. Confira:
Imprensa do NF – Os trabalhadores administrativos das bases de Imboassica e do Parque de Tubos cresceram em participação nas mobilizações nos últimos tempos, especialmente em pautas como o teletrabalho. Como está essa participação agora na greve?
Anderson – Tem tido uma crescente, mas a empresa dificultou com o Teletrabalho integral, dificultando o contato do Sindicato com a base. Temos usado as redes sociais para chegar nestes trabalhadores, falando da importância de aderir a greve.
Imprensa do NF – Temos recebido informações e divulgado que esses trabalhadores estão no movimento. Você já tem algum relato de assédio em relação a esses companheiros e companheiras?
Anderson – Está gerando preocupação sim, pois a relação de pessoas que aderiram em relação aos não grevistas é muito grande. Mas estamos nos colocando à disposição destes trabalhadores que podem ser vítimas de assédio.
Imprensa do NF – Há uma especificidade grande na greve entre trabalhadores que estão em teletrabalho. Como o movimento sindical enfrenta esse desafio?
Anderson – Mostrando que a característica do serviço deles é diferente, mas são trabalhadores também, com a mesma importância de qualquer outro trabalhador dito “operacional”.
Imprensa do NF – Diferentemente do que tem acontecido com os petroleiros e petroleiras offshore e de Cabiúnas, os petroleiros administrativos seguem pouco a orientação do sindicato de irem para as sedes e participarem das mobilizações da greve. Na sua visão, por que isso acontece?
Anderson – O contato permanente com as chefias podem gerar um clima de intimidação, além de ter tido uma pesada campanha, principalmente após a reforma trabalhista, de “demonização sindical”.
Imprensa do NF – Quais são as pautas que mais têm mobilizado os petroleiros administrativos e quais os avanços recentes?
Anderson – Sem dúvida o Teletrabalho e os ataques da companhia ao mesmo. Tivemos um acordo celebrado, que não foi o ideal, mas evitou o 100% presencial a partir de 2026. Tentaremos avançar agora para melhorar neste ACT, mas precisamos de uma massiva adesão dos ADM.
[Foto: Anderson durante “Rolezinho Sindical” no Parque de Tubos, em outubro passado, preparando a categoria para a greve então iminente]











