Aos companheiros e companheiras do Norte Fluminense
Nos dirigimos a cada trabalhadora e trabalhador do Sistema Petrobrás no Norte Fluminense com a responsabilidade que sempre marcou a atuação da diretoria do Sindipetro-NF. O momento que atravessamos exige maturidade política, leitura correta da conjuntura e compromisso com o futuro da nossa categoria. A possibilidade de encaminhamento do conflito para o dissídio no Tribunal Superior do Trabalho é, historicamente, um terreno delicado e arriscado. O TST não cria direitos novos; no máximo, mantém o que já existe — e, não raras vezes, impõe perdas e ainda corremos o risco de perder cláusulas históricas para a categoria.
Ignorar esse dado da realidade seria agir de forma imprudente com o patrimônio construído por gerações de petroleiras e petroleiros.
É por isso que sempre afirmamos que greve não é um fim em si mesma, mas um instrumento legítimo de pressão — que deve ser usado com responsabilidade, estratégia e visão de longo prazo.
E é justamente nesse ponto que reafirmamos: a direção do Sindipetro-NF tem conduzido este movimento com responsabilidade do início ao fim. Não por acaso, esta é uma das greves mais fortes da nossa história recente. Forte pela adesão, pela organização nas bases, pela presença firme nos portões e nos aeroportos. Forte pela consciência política demonstrada pela categoria, mesmo diante de pressões, ameaças e tentativas de desgaste.
Nossa greve mostra a força da categoria petroleira do Norte Fluminense. Essa é uma categoria historicamente marcada pela luta, que sempre ocupou lugar central nos grandes embates da classe trabalhadora brasileira. E foi com essa tradição que chegamos até o limite negocial possível na atual conjuntura. Persistir pode deixar de ser avanço e passar a representar risco.
Estamos diante de um caminho real, possível e responsável dentro da correlação de forças atual. Uma saída que preserva conquistas, evita perdas maiores e mantém a categoria em condições de seguir lutando. A experiência das lutas anteriores desde 95 nos indica que temos que saber o momento certo de sair com o movimento ainda fortalecido, jamais vencidos.
Agora, é hora de agir com responsabilidade. É hora de fortalecer a nossa unidade e nos preparar para os novos enfrentamentos que virão, pois a luta de classes não termina nunca.
E eles já estão colocados no horizonte. No próximo ano, teremos desafios centrais que exigirão unidade e força: a resolução definitiva da questão da Petros, que não pode sair do centro do debate; o plano de cargos e salários, fundamental para o futuro profissional da categoria; o acordo de PLR; a incorporação dos trabalhadores cedidos em Cabiúnas; entre tantas outras pautas estratégicas. Nenhuma delas será resolvida sem organização, sem mobilização e sem capacidade real de negociação.
Para enfrentar tudo isso, precisamos estar inteiros, fortalecidos e politicamente coesos. A diretoria do Sindipetro-NF tem um compromisso inegociável: não levar a categoria ao precipício. Nossa responsabilidade é defender direitos, preservar conquistas e garantir condições reais para seguir avançando.
Seguimos juntos, com coragem, consciência e unidade. A luta continua com a mesma disposição histórica de quem nunca se curvou.
Macaé, 29 de dezembro de 2025
Diretoria Colegiada do Sindipetro-NF
