Assembleias no NF aprovam Greve de Advertência nesta quarta por 94% dos votos

Petroleiros e petroleiras do Norte Fluminense encerraram neste domingo, 23, as assembleias que avaliaram o indicativo de Greve de Advertência nesta quarta, 26. A categoria aprovou a realização da paralisação com 94% dos votos nas assembleias. Apenas 3% foram contrários e houve 3% de abstenções.

A participação da categoria foi massiva, com grande adesão dos trabalhadores e trabalhadoras. No somatório das assembleias nas bases de terra nas plataformas houve 534 votantes (501 favoráveis à greve, 16 contrários e 17 abstenções). Os dados foram fechados nesta manhã pelo Sindipetro-NF.

A diretoria do sindicato se reúne a partir 14h para discutir os últimos preparativos da greve. A entidade vai divulgar para a categoria orientações sobre as formas de participação, tanto nas áreas administrativas quanto nas operacionais, onshore e offshore.

É muito importante que a categoria se mantenha atenta aos informes do sindicato e não se deixe levar por eventuais boatos ou contrainformação vinda da gestão da empresa. O momento é de grande unidade e foco no sucesso do movimento grevista.

A Greve de Advertência é nacional, indicada pelas duas federações sindicais petroleiras (FUP e FNP) e reúne pautas que impactam petroleiros e petroleiras de todas as unidades do país. Confira abaixo o que a categoria reivindica:

Pauta nacional unificada

  • Não à redução da Remuneração Variável, com garantia dos valores anunciados. É inaceitável que os trabalhadores que produziram os lucros tenham uma redução de 31% nos valores que foram apresentados em simuladores em dezembro do ano passado, enquanto a empresa repassará 207% dos lucros para os acionistas;
  • Defesa do Teletrabalho. Imediato cancelamento do cronograma de mudança no Teletrabalho, cancelamento do termo de adesão individual e abertura de negociações de fato para uma regra negociada coletivamente, com atenção aos impactos que irá causar e assinada pela empresa e sindicatos;
  • Fim dos PEDs do Plano Petros. É necessária uma solução definitiva aos PEDs, construída com as trabalhadoras e os trabalhadores, que traga de volta a dignidade àqueles que construíram essa empresa;
  • Plano de Cargos, Carreira e Salário. Negociação imediata para a criação de um único plano, integrado para todo o Sistema. Que sejam corrigidas e reparadas as distorções criadas durante o período de dois planos vigentes. Que o novo plano valorize a negociação coletiva, as atribuições de cada cargo e a devida remuneração, além de possibilidades de progressão na carreira e mobilidades transparentes e justas, conforme proposta aprovada no seminário unitário das duas federações;
  • Reposição do efetivo. Nunca houve uma queda tão brusca no número de trabalhadores como nos anos que se seguiram à Lava-Jato. É necessário a convocação de todos os concursados, inclusive do cadastro de reserva dos concursos já realizados e abertura de novos concursos;
  • Fim dos acidentes, mortes e adoecimento no Sistema. Foram 6 fatalidades no Sistema Petrobrás no final de 2024. A empresa tem o dever de garantir a vida e a integridade dos trabalhadores e trabalhadoras que atuam no Sistema Petrobrás, sejam prestadores de serviços ou com vínculo direto;
  • Garantia da retomada da produção na Fafen-PR com segurança. O fechamento da Fábrica de Fertilizantes no Paraná e a demissão dos trabalhadores foram o principal motivo para a greve nacional de 2020. A retomada da Petrobrás no setor de fertilizantes e a reabertura da FAFEN-PR é uma conquista da luta da categoria petroleira. Porém, não podemos admitir que essa retomada seja realizada sem segurança, principalmente por falta de efetivo;
  • Por direitos, segurança e condições de trabalho dos prestadores de serviço em todo o Sistema Petrobrás. Precisamos melhorar a fiscalização dos contratos, modelo e política de licitação, mecanismos que garantam de fato o cumprimento da legislação trabalhista e a isonomia de jornada, com o fim da escala 6×1, que atinge os prestadores de serviço no Sistema Petrobrás;
  • Contra qualquer forma de diferenciação das trabalhadoras e trabalhadores, que já estão na companhia e aqueles que estão se somando agora, inclusive nos adicionais de transferência definitiva e na ajuda de custos.