Ex-delegado do Dops que participou de documentário produzido pelo NF é condenado pela Justiça de Campos

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A Justiça Federal condenou Cláudio Guerra a sete anos de prisão, em regime semiaberto, e aplicou uma multa de 10 mil reais por ocultação de corpos durante a ditadura militar. Ele trabalhou como delegado do Departamento de Ordem Política e Social, o Dops, no Espírito Santo.⁠ A decisão da juíza federal Maria Isadora Tiveron Frizão, titular da 2ª Vara Federal de Campos dos Goytacazes (RJ), considerou o depoimento prestado pelo delegado à Comissão Nacional da Verdade.⁠

Na oitiva, ele afirmou ter auxiliado agentes da ditadura a incinerar corpos de vítimas de torturas na antiga usina Cambaíba, entre 1973 e 1975. A história também é narrada no livro Memórias de uma Guerra Suja, de autoria de Marcelo Netto e Rogério Medeiros, publicado em 2012, baseado em depoimento do próprio Guerra.⁠ A ação penal foi ajuizada pelo Ministério Público Federal e se relaciona ao desaparecimento de 12 militantes políticos no regime militar. ⁠A magistrada concluiu ainda que a Lei de Anistia não é compatível com a Convenção Interamericana de Direitos Humanos e com a jurisprudência consolidada em cortes internacionais.⁠

⁠Foi em Campos, cidade onde o ex-delegado foi condenado, que se passou o documentário “Forró em Cambaíba”. O documentário, produzido pelo Departamento de Comunicação do Sindipetro-NF, registra a madrugada da ocupação do MST nas terras da antiga usina Cambaíba, em 2 de novembro de 2012, além do assassinato do principal líder da ocupação, Cícero Guedes dos Santos. Dentre os vários entrevistados, o documentário traz o depoimento do ex-delegado do DOPS (Departamento de Ordem Pública e Social), autor das denúncias sobre o desaparecimento de corpos no livro “Memórias de uma guerra suja”, gravado no próprio local onde, segundo ele, teriam ocorrido os crimes.

O filme também registra o depoimento da ex-proprietária da usina, Cecília Ribeiro Gomes, que nega a possibilidade da ocorrência dos casos. O Documentário está disponível no Youtube. A entrevista com Guerra aparece a partir dos 59 minutos. Para assistir, acesse o vídeo abaixo: