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E scândalo
Fifa







afogada em corrupçãoem corrupção
afogada
afogada em corrupção
afogada
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Carlos Monteiro



Responsável por comandar um dos esportes mais rentáveis do
planeta, capaz de gerar bilhões de dólares de receita em uma
única Copa do Mundo, a toda poderosa Fifa sofreu duro golpe. Na
realidade, não só ela, mas o futebol mundial. No dia 27 de maio,
investigação do FBI levou oito dirigentes da entidade à cadeia.
Segundo agentes estadunidenses, de 1991 até hoje, os corruptos
surrupiaram algo em torno de US$ 150 milhões da instituição. Para
isso, atesta o inquérito, cometeram diversos crimes, tais como
suborno, fraude e lavagem de dinheiro. Os cartolas, para comete-
rem os delitos, entendem os policiais, valiam-se de parceiras com
executivos ligados ao esporte, quase sempre por meio de propi-
nas.
Ainda mais emblemática, a detenção dos investigados ocorreu
justamente durante congresso da Fifa, em Zurique, na Suíça, o
qual, alheio a todas as denúncias, reelegeu Joseph Blatter
presidente da entidade. Entretanto, temendo também ser alvo de
investigações, e pressionado pelo escândalo, o até então homem
mais poderoso do futebol recuou e marcou nova eleição para o
dia 16 de fevereiro do ano que vem. Embora não tenha sido
citado pelo FBI, a Justiça estadunidense afirma que todos os
envolvidos estavam a serviço da Fifa, ou seja, de Blatter, até agora
presidente da entidade maior do futebol mundial.
O escândalo das propinas na Fifa, que coloca em dúvida até
mesmo a lisura do processo de escolha das sedes de copas do
Mundo – tudo leva a crer que houve suborno para a Rússia e
Catar terem sido as preferidas para os dois próximos Mundiais –
revela lado ainda mais nefasto do mar de lama que emporcalha o
futebol mundial. Mergulhado em crise sem precedentes, o Brasil
assume papel de destaque nas investigações. Entre os sete
dirigentes presos, um é brasileiro: José Maria Marin, ex-presiden-
te e atual vice da CBF, agora suspenso, pelo menos, até o fim das
investigações. Segundo o FBI, Marin teria recebido R$ 19,6
milhões em propina. O esquema de corrupção envolveria a
organização da Copa América e também a de uma competição
nacional.
Infelizmente, a lamentável participação brasileira neste jogo sujo
não se restringe apenas à atuação de Marin no esquema denunci-
ado pelo FBI. Também ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira,
embora não tenha sido citado no inquérito, admitiu, em recente
entrevista à “Folha de S. Paulo”, ser o “conspirador” apontado
pela investigação da polícia federal estadunidense. Segundo o
inquérito, o tal conspirador teria se beneficiado com o contrato
firmado entre a CBF e a empresa de material esportivo Nike, em
1996. Teixeira, entretanto, nega ter recebido propina.



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