Cerca de 100 petroleiros e petroleiras da P-54 estiveram por cinco dias, até ontem, sem contar com sistema de descarga nos sanitários dos camarotes. Apenas alguns dos sanitários coletivos da unidade estavam em funcionamento — que, além de insuficientes, trazem mais riscos neste momento de pandemia da covid-19.
Relatos enviados ao Sindipetro-NF informam que houve casos de trabalhadores que precisaram urinar no sanitário do camarote, mesmo sem o esgotamento, o que fazia exalar forte cheio de urina e amônia. Houve ainda situações em que as necessidades foram feitas ao mar.
As condições indignas levaram o sindicato a cobrar da gestão da Petrobrás a imediata resolução do problema ou a interrupção das operações da plataforma, com o desembarque dos trabalhadores.
Nestas situações, de acordo com a NR-37 (Norma Regulamentadora), a produção deve ser parada e o desembarque realizado, mantendo a bordo apenas os trabalhadores necessários à manutenção do sistema sanitário e a segurança da unidade — para estes, devem ser instalados banheiros químicos.
De acordo com o coordenador do Departamento de Saúde do Sindipetro-NF, Alexandre Vieira, o problema é recorrente na P-54. “O sistema de descarga é insuficiente para o contingente a bordo e sempre ocorrem problemas. Os trabalhadores até demoraram para relatar ao sindicato esta situação terrível, esperaram cinco dias. Somente com a pressão da categoria é que isso vai ter solução definitiva”, explica o sindicalista.
Sem resposta oficial
Mesmo com as cobranças feitas ontem pelo sindicato, quando a entidade foi informada sobre o caso, a Petrobrás não respondeu até o momento sobre as providências tomadas e sobre a necessidade do desembarque. O NF recebeu, no entanto, relatos de que o problema estava sendo solucionado após a atuação dos dirigentes sindicais.
O sindicato mantém a sua cobrança por explicações da empresa e quer a responsabilização dos gestores pela submissão de trabalhadores a esta situação desumana por quase uma semana.
A entidade solicita os trabalhadores que mantenham o envio das informações sobre o caso para [email protected], ou pelos números de whatsapp dos diretores e diretoras do Sindipetro-NF.
