Entenda e faça parte desse Movimento!
Desde 2016, a Petrobras vem reduzindo drasticamente seus investimentos na Bacia de Campos e direcionando recursos para o pré-sal na Bacia de Santos. Como parte desse processo, a empresa está vendendo ativos na região para empresas privadas, que, por razões de escala, não conseguem manter o mesmo nível de investimento, nem de geração de emprego e renda.
Com essa decisão equivocada, a Petrobras perde oportunidades já identificadas no pré-sal da Bacia de Campos e piora ainda mais os indicadores de arrecadação, emprego e renda no Norte Fluminense.
O movimento #PetrobrasFica é uma iniciativa que busca esclarecer e mobilizar empresários, poder público, trabalhadores do setor e a população afetados por essa sucessão de erros.
O #PetrobrasFica tem a informação como sua principal aliada.
Confira abaixo Mitos e Verdades sobre a venda de ativos da Petrobras:
A Petrobras está saindo da Bacia de Campos?
VERDADE. Até 2015, a produção da Bacia de Campos estava estável em 1,8 milhão de barris de óleo/dia. Mas, a partir de 2016, a produção caiu drasticamente, chegando a 1,2 milhão de BOE em 2019. Uma queda de 10% ao ano é considerada normal para uma bacia madura que já não tivesse mais quaisquer perspectivas de nova produção. Uma queda nessa proporção, considerando campos ainda inexplorados, como os de pré-sal, mostram que há, sim, uma forte redução nos investimentos da Petrobras na região.
A Petrobras precisa vender ativos para pagar dívidas?
MITO. A dívida líquida da Petrobras no fim do segundo trimestre de 2020 foi de US$ 71,2 bilhões. É um número alto, mas que pode ser liquidado em médio e longo prazos só com as operações da empresa, que são lucrativas. Neste ano, a pandemia afetou todas as petroleiras, mas, com o dólar a R$ 5,40 e o consumo se normalizando, as operações devem registrar lucro nos próximos trimestres.
A venda de áreas da Petrobras provoca desemprego na região?
VERDADE. Entre maio de 2014 e janeiro de 2020, a Petrobras reduziu em 25% seu efetivo na Bacia de Campos, por transferência de trabalhadores, desligamentos voluntários e aposentadorias. Já entre os petroleiros do setor privado, a queda é estimada em 55% entre 2014 e junho deste ano.
Se não privatizar, a Petrobras vai quebrar?
MITO. Seja pública ou privada, há sucessos e fracassos entre empresas, o que importa é a gestão. A Equinor é uma petroleira estatal da Noruega que é sucesso empresarial. A Enron era uma gigante de energia americana do setor privado que quebrou em 2001, por causa de corrupção. A Petrobras tem excelentes ativos e recursos humanos de alto nível para resolver seus problemas. Se for fatiada, isso afetará o conjunto e muito conhecimento pode ser perdido.
Há um desmonte da Petrobras no Norte Fluminense?
VERDADE. Se mesmo antes da pandemia de Covid-19, até 2019, a Petrobras já havia reduzido drasticamente seus investimentos na Bacia de Campos, a situação piorou este ano. Uma das primeiras medidas da empresa foi parar a produção de seis plataformas da região, sem expectativa de retorno. Os trabalhadores foram realocados em outras unidades, algumas fora do Norte Fluminense, impactando a circulação de dinheiro no comércio e serviços das cidades da região. Em setembro, a empresa anunciou a venda dos campos de Albacora e Albacora Leste, que têm reservatórios de pré-sal não-explorados e estão entre os maiores produtores da região.
A Petrobras está vendendo áreas que não dão lucro?
MITO. Comprar e vender ativos é comum para as empresas, mas, na Petrobras, os números mostram que um processo de privatização está em curso e a empresa está sendo vendida em partes. Isso vai esvaziar a empresa e, no fim, acabar com ela. Alguns números mostram esse aumento nas vendas. Entre janeiro de 2013 e maio de 2016 havia uma média de 0,4 anúncios de vendas por mês, o que é normal, mas isso passou no governo Bolsonaro, de janeiro 2019 a julho 2020, foram 2,5 anúncios de venda por mês em média.
A privatização da Petrobras vai quebrar Campos?
VERDADE. As empresas privadas investem menos que as empresas públicas, porque não têm função social e visam apenas dar lucro a seus acionistas. Menos investimentos, menos dinheiro para os cofres públicos. Mesmo controlada pelo governo, a Petrobras já está reduzindo investimentos na Bacia de Campos e isso afeta a geração de emprego e renda. Quando for privatizada isso vai piorar. Menos emprego, menos renda, menos arrecadação de impostos e consequentemente menos benefícios para a população.
A Bacia de Campos Custa muito alto para a Petrobras?
MITO. A Petrobras só extrai 20% do petróleo encontrado no pós-sal da Bacia de Campos, enquanto a Equinor, extrai 50% no Mar do Norte. Com investimentos, a Petrobras pode produzir bem mais com a redução considerável do custo final de extração na região. Isso sem falar nas áreas do pré-sal da Bacia de Campos, que estão disponíveis para a Petrobras e ela está dando de presente para outras empresas, vendendo áreas a preço de banana.
A saída da Petrobras da Bacia de Campos afeta a saúde e a educação na região?
VERDADE. Royalties e participações especiais são pagos sobre a produção de petróleo e tem grande peso na arrecadação das cidades do Norte Fluminense. O valor final deles depende de três fatores: preço do petróleo, cotação do dólar e volume produzido. Os dois primeiros dependem do mercado, mas a produção depende de quem produz. Por suas atividades integradas, a Petrobras pode manter a produção, mesmo com o valor em baixa, o que não vale para uma empresa privada. Caindo a produção há menos royalties, e assim, menos dinheiro para saúde e educação.
Novas empresas que comprarem áreas da Petrobras vão injetar recursos na região?
MITO. Somente em 2013, a Petrobras investiu US$ 9 bilhões na revitalização da região. Mesmo após muitos cortes, em 2018 a média foi de US$ 3,4 bilhões (R$ 12,41 bilhões), em apenas um ano. Em contrapartida, segundo a ANP, as empresas que compraram 14 campos de águas rasas na Bacia de Campos que antes eram da Petrobras vão investir R$ 10 bilhões ao longo de todo o período de concessão. Prova de que a iniciativa privada investe menos e emprega menos que a Petrobras.