Categoria lota assembleias no Norte Fluminense e está aprovando indicativo da Greve 26M

A categoria petroleira no Norte Fluminense respondeu com muita participação ao chamado de realização, nesta semana (até o domingo, 23), de assembleias para avaliar indicativo de Greve de Advertência na próxima quarta, 26, contra a intransigência da Petrobrás em negociar diversos temas com os trabalhadores e trabalhadoras, entre eles o teletrabalho e a remuneração variável (veja todos, abaixo).

A categoria está aprovando os indicativos, que também incluem a escolha de delegados e delegadas para um Seminário de Greve. Nesta sexta-feira ainda acontecem as assembleias nas plataformas (iniciadas no último dia 18 e seguem até o domingo, 23) e no Grupo 5 de Cabiúnas (às 19h). Neste sábado acontece a última assembleia em base de terra, em Cabiúnas, no Grupo 1 (7h).

O indicativo do CD da FUP foi dado após duas reuniões tensas com a Petrobrás sobre teletrabalho e remuneração variável. “É inadmissível que em um governo de reconstrução da estatal, a diretoria da empresa intensifique a política de super dividendos herdada do governo Bolsonaro, distribuindo o equivalente a 207% do lucro aos acionistas privados. Um percentual recorde, jamais praticado na história da Petrobrás, que sacrifica o projeto de desenvolvimento nacional. Além disso, a gestão afronta a categoria, ao querer reduzir em 30% a PLR em relação ao que foi apresentado aos trabalhadores nos simuladores, em dezembro, durante uma mesa de negociação em que faltou transparência e boa-fé negocial por parte da empresa”, afirmou a FUP.

A Federação acrescentou que “da mesma forma, é inaceitável a intransigência da gestão Magda ao insistir em reduzir os dias de teletrabalho, atropelando os fóruns de negociação coletiva, o que é um retrocesso na retomada do diálogo que havia sido rompido no governo Bolsonaro. As mobilizações históricas em janeiro e fevereiro nos escritórios da Petrobrás em todo o Brasil fizeram a empresa abrir um canal de negociação com as entidades sindicais. No entanto, a atual gestão segue pressionando petroleiras e petroleiros a assinar os Termos Individuais de Adesão ao novo modelo de teletrabalho imposto à revelia, enquanto negocia com as representações sindicais. Ou seja, mais uma afronta à categoria”.

O Sindipetro-NF parabeniza a categoria petroleira, reforça a importância da participação de um grande número de petroleiros e petroleiras nas assembleias que ainda serão realizadas e avalia que a paralisação da próxima quarta-feira já nasce com uma grande força e com potencial para mostrar para a gestão da companhia que diálogo e respeito aos trabalhadores não são favores, mas obrigação de uma empresa como a Petrobrás.

Calendário completo de Assembleias no Norte Fluminense:

UTGCAB:
– Grupo 2: 15.03 (19h)
– Grupo 3: 17.03 (19h)
– Grupo 4: 19.03 (19h)
– Grupo 5: 21.03 (19h)
– Grupo 1: 22.03 (19h)
– Administrativo: 19.03 (7h)

Plataformas: 18 a 23.03 [MODELO DE ATA]

Parque de Tubos: 18, 19 e 20.03 (13h)
Imbetiba – Praia Campista: 18, 19 e 20.03 (13h)

Indicativos para as assembleias no Norte Fluminense

l) Aprovação de GREVE para o dia 26.03.2025; contra postura da gestão da Petrobrás com os trabalhadores e pelo fortalecimento das negociações coletivas pautadas abaixo:

1) Defesa do teletrabalho com regramento negociado coletivamente;

2) Contra redução da remuneração variável dos trabalhadores

3) Por recomposição dos efetivos;

4) Por segurança em todo o sistema Petrobras, nas prestadoras de serviço e no período de manutenção e partida da FAFEN PR;

5) Pelo fim do equacionamento da Petros

6) Por um plano de cargos e salários justo e isonômico.

7) Ação RSR

8) As definições de greve sejam construídas de forma conjunta entre as federações (FUP e FNP) II) Eleição de delegados para Seminário de Greve;

II) Eleição de delegados para Seminário de Greve.

 

O que a categoria reivindica

  • Não à redução da Remuneração Variável, com garantia dos valores anunciados. É inaceitável que os trabalhadores que produziram os lucros tenham uma redução de 31% nos valores que foram apresentados em simuladores em dezembro do ano passado, enquanto a empresa repassará 207% dos lucros para os acionistas.
  • Defesa do Teletrabalho. Imediato cancelamento do cronograma de mudança no Teletrabalho, cancelamento do termo de adesão individual e abertura de negociações de fato para uma regra negociada coletivamente, com atenção aos impactos que irá causar e assinada pela empresa e sindicatos.
  • Fim dos PEDs do Plano Petros. É necessária uma solução definitiva aos PEDs, construída com as trabalhadoras e os trabalhadores, que traga de volta a dignidade àqueles que construíram essa empresa.
  • Plano de Cargos, Carreira e Salário. Negociação imediata para a criação de um único plano, integrado para todo o Sistema. Que sejam corrigidas e reparadas as distorções criadas durante o período de dois planos vigentes. Que o novo plano valorize a negociação coletiva, as atribuições de cada cargo e a devida remuneração, além de possibilidades de progressão na carreira e mobilidades transparentes e justas, conforme proposta aprovada no seminário unitário das duas federações.
  • Reposição do efetivo. Nunca houve uma queda tão brusca no número de trabalhadores como nos anos que se seguiram à Lava-Jato. É necessário a convocação de todos os concursados, inclusive do cadastro de reserva dos concursos já realizados e abertura de novos concursos.
  • Fim dos acidentes, mortes e adoecimento no Sistema. Foram 6 fatalidades no Sistema Petrobrás no final de 2024. A empresa tem o dever de garantir a vida e a integridade dos trabalhadores e trabalhadoras que atuam no Sistema Petrobrás, sejam prestadores de serviços ou com vínculo direto.
  • Garantir a retomada da produção na Fafen-PR com segurança. O fechamento da Fábrica de Fertilizantes no Paraná e a demissão dos trabalhadores foram o principal motivo para a greve nacional de 2020. A retomada da Petrobrás no setor de fertilizantes e a reabertura da FAFEN-PR é uma conquista da luta da categoria petroleira. Porém, não podemos admitir que essa retomada seja realizada sem segurança, principalmente por falta de efetivo.
  • Por direitos, segurança e condições de trabalho dos prestadores de serviço em todo o Sistema Petrobrás. Precisamos melhorar a fiscalização dos contratos, modelo e política de licitação, mecanismos que garantam de fato o cumprimento da legislação trabalhista e a isonomia de jornada, com o fim da escala 6×1, que atinge os prestadores de serviço no Sistema Petrobrás.
  • Contra qualquer forma de diferenciação das trabalhadoras e trabalhadores, que já estão na companhia e aqueles que estão se somando agora, inclusive nos adicionais de transferência definitiva e na ajuda de custos.

[Fotos: Luciana Fonseca / Imprensa do NF]